Aparecida

Cerca de 70% dos domicílios de Aparecida estão a mais de 1km de distância de um posto de saúde

A saúde é um dos fatores que amarram o desenvolvimento sustentável de Aparecida de Goiânia. O município, com quase 600 mil habitantes, apresenta índice ruim nesse aspecto. O balanço foi feito levando-se em conta a Agenda 2030 das Organizações das Nações Unidas (ONU), que estabelece metas para que as cidades caminhem alinhando desenvolvimento econômico, proteção ao meio ambiente e bem-estar para as pessoas, através dos 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Dado de 2019 do relatório indica que 68,65% dos domicílios em assentamentos precários de Aparecida estão a mais de 1km de distância de um posto de saúde, o que dá a classificação vermelha para esse aspecto.

Preocupada com o baixo investimento na área, a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (SindSaúde-GO), Flaviana Alves, critica a gestão da prefeitura. “Temos poucas UPA’s [Unidades de Pronto Atendimento] e UBS’s [Unidades Básicas de Saúde] equipadas no município. Cada bairro de Aparecida deveria ter uma UBS, porém não é o que se vê. Não só em Aparecida, mas o Brasil inteiro precisa investir em saúde. Nós avaliamos que precisa investir mais nessa área de saúde, em mais unidades, nas estruturas”, diz em entrevista ao Diário de Aparecida.

Ela chama a atenção para a necessidade de realizar mais concursos públicos na área de saúde do município. “Há a necessidade de se realizar mais concurso público. Não pode deixar como está, com força de trabalho precária. Está aquém do que é necessário. Falta em Aparecida mais de 200 profissionais de agentes de saúde de endemia, que vai trabalhar na promoção e prevenção. Temos cobrado mais assistência aos trabalhadores. Precisamos melhorar muito a saúde pública em Aparecida de Goiânia”, afirma ao DA.

Devido aos vazios urbanos na cidade, os bairros ficam longe um do outro e isso dificulta o acesso da população a uma unidade de saúde municipal. Flaviana Alves explica que os bairros periféricos são os mais afetados pelo problema. “O município é muito esparramado, porque os bairros são distantes. Ainda tem pouco acesso às unidades de saúde.

Embora tenha aumentado, mas deixa muito a desejar. É uma cidade que cresce muito nas periferias, mas o acesso ao sistema de saúde da cidade se torna longe”, lamenta.

Tão importante quanto combater a Covid-19, as doenças mentais também merecem atenção do poder público. A secretária-geral do SindSaúde-GO ressalta que Aparecida de Goiânia não investe nesse tipo de tratamento. “Exemplo são os CAPS [Centros de Atenção Psicossocial]. Eu estava acompanhando uma pessoa que estava precisando, e ela mora no Setor Santa Luzia e o CAPS fica no Jardim Tiradentes. Para a pessoa ir de ônibus, ela gastaria cerca de três horas. Precisa aumentar essa rede em Aparecida de Goiânia. Há uma forte necessidade de investir no combate e prevenção ao adoecimento mental. Nós acreditamos que a saúde deve ser de promoção e prevenção e não de medicamentos, pela lógica mercadológica”, defende.

A reportagem do DA entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, por e-mail, para que a pasta comentasse sobre os investimentos em relação ao acesso a equipamentos de atenção básica de saúde, no entanto, até o fechamento desta edição, a assessoria não se pronunciou.

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