Aparecida

Pesquisa aponta Mendanha como pior prefeito de Goiás na Educação Infantil

Segundo centro urbano mais populoso do Estado tem quase 30 mil crianças de zero a 3 anos sem creche e é o município com maior déficit no Estado, revela pesquisa do Instituto Rui Barbosa

Da Redação

Os números levantados pelo Instituto Rui Barbosa, órgão de pesquisas mantido pelos Tribunais de Contas de todo o país, sobre a Educação Infantil em Aparecida, na gestão do prefeito Gustavo Mendanha, podem ser definidos como deprimentes.

Segundo o instituto, que atua como braço auxiliar dos Tribunais de Contas para a fiscalização da aplicação das políticas públicas nos Estados e municípios e possui credibilidade indiscutível, Aparecida tem hoje 32.150 crianças na faixa de zero a 3 anos idade, período em que obrigatoriamente deveriam iniciar a sua Educação Básica, a ser oferecida, segundo a Constituição Federal, pelos municípios.

Mas isso não acontece no segundo centro urbano mais populoso de Goiás: dessas 32.150 crianças, apenas 3.007 estão matriculadas em um CMEIs ou algum outro tipo de creche mantida em convênio com a prefeitura.

Ou seja, menos de 10%. O índice, apurado quando Mendanha completa 4 anos e 10 meses de gestão, é o pior dentre todos os 246 municípios goianos. E comprova que Aparecida está longe de alcançar a meta traçada pelo Plano Nacional de Educação, que dá aos municípios prazo até 2024 para atender a pelo menos 50% da faixa etária com direito a vaga em creche municipal.

É com esse fardo simplesmente terrível – na medida em que mostra a situação delicada das crianças aparecidenses – nas costas que Mendanha quer se credenciar para governar Goiás, como pré-candidato já em campanha para as eleições de 2022. E isso em um momento em que o governo do Estado consegue saltos espetaculares com a sua rede de ensino e o atendimento cada vez melhor às faixas de estudantes que constitucionalmente estão entregues à sua competência.

A distância entre Mendanha e Caiado, em matéria de Educação Pública, é tão grande que uma avaliação do Diário de Aparecida, somente neste ano, mostra que o governador fez referência ao assunto em 70% dos seus discursos e entrevistas, enquanto o prefeito de Aparecida… não fez nenhuma.

Um prefeito que não atende as crianças da sua jurisdição não deveria sequer ser mantido no cargo, muito menos tem capacitação para postular mandatos como o de governador de Estado – já que está patente a sua falta de preocupação com o patrimônio mais importante de toda e qualquer sociedade, que são as gerações futuras. Nos canais próprios da prefeitura, cerca de 7 mil crianças estão inscritas para uma vaga nos CMEIs, situação que já se registrava quando Mendanha assumiu, em janeiro de 2017.

Mesmo assim, sua administração é a que menos investiu, em toda a história do município, na construção de CMEIs, a ponto de, neste momento, não existir nenhum em obras dentro de Aparecida. Mas iniciados e abandonados, muitos, como os dos setores Comendador Walmor e Jardim Alto Paraíso.

Desde o 1º mandato, ele fala que vai fazer mais 9 CMEIs, número aliás, insuficiente para cumprir a meta do PNE, mas repete sempre, como o fez agora, que os projetos estão em fase de engenharia e que logo começarão a ser implantados, o que nunca acontece. Como a prefeitura sistematicamente sonega informações sobre os seus assuntos, não se sabe em que pé as coisas estão.

Com esse desmando no currículo, talvez o pior de todos para um gestor público ao deixar ao léu a parcela da população aparecidense que mais precisa de apoio de assistência, as crianças, Mendanha pensa que pode ser governador de Goiás vendendo, na sua campanha, o “exemplo” da sua administração em Aparecida. Que Deus tenha pena das famílias goianas se isso acontecer um dia.

 

Veja CMEIs em construção em Aparecida, mas com a obra paralisada

Desde o seu 1º mandato que Gustavo Mendanha promete construir 9 CMEIs, eternamente no estágio de engenharia e de preparação para licitação. No início de 2020, a então secretária municipal de Educação Valéria Pettersen deu entrevista a O Popular, prometendo que esses CMEIs estariam acolhendo crianças em 2021, mas nenhum saiu do papel até agora, enquanto o ano está terminando. Enquanto isso, outros, iniciados, foram paralisados, configurando grave desperdício de recursos públicos. Questionado, Mendanha se recusa a falar sobre o assunto.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo