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Mendanha dividiu o poder com adversários de Maguito Vilela

O chamado “Grupo de Aparecida”, que tinha Ademir Menezes, Marlúcio Pereira, José Macedo e Tatá Teixeira como principais expoentes, manda na prefeitura de Aparecida

 

Helton Lenine

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (ex-MDB, sem partido) acumula gestos de “distanciamento e rebeldia” diante dos ensinamentos e da linha de trabalho do seu “mentor político”, o ex-prefeito e ex-governador Maguito Vilela.

Já na campanha eleitoral de 2016, quando foi lançado candidato a prefeito à sucessão de Maguito Vilela, Mendanha surpreendeu os líderes do MDB: atraiu para o seu palanque o chamado “Grupo de Aparecida”, liderado pelos ex-prefeitos Ademir Menezes, José Macedo e Sebastião Viana. Maguito, à época, não gostou, mas aceitou por não ser ele o candidato.

O “Grupo de Aparecida” tentou derrotar Maguito em duas eleições para a prefeitura: em 2008, com Marlúcio Pereira, que teve apenas 18,11% dos votos válidos: em 2012, com Ademir Menezes, que alcançou 29,51% dos votos válidos. Maguito venceu as duas eleições já no 1º turno. Mendanha ignorou, por exemplo, os ataques que Ademir Menezes fez à gestão de Maguito durante a campanha eleitoral pela reeleição do emedebista, em 2012.

Ademir dizia, na propaganda de rádio e televisão, que Aparecida tinha uma administração de “terra arrasada”, dívidas acumuladas e buracos nas ruas de todas as regiões da cidade. Nesses cinco anos de exercício de mandato de prefeito de Aparecida, Mendanha dividiu o poder com o “Grupo de Aparecida” e, concomitantemente, alijou do secretariado os aliados de primeira hora de Maguito.

Ele convocou Max Menezes, filho de Ademir Menezes, para a secretaria de Desenvolvimento Urbano; Tatá Teixeira, filho do ex-prefeito Norberto Teixeira, para a pasta de Articulação Política; Marlúcio Pereira para o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico; e Chico Abreu para a sua assessoria especial. Há membros do “Grupo de Aparecida” espalhados pelo 2º e 3º escalões da prefeitura de Aparecida.

Apesar de jovem – apenas 39 anos -, Gustavo Mendanha passou a agir, hoje, como uma “velha e viciada raposa política”, ignorando apoios de aliados de primeira hora, como o próprio Maguito e seu filho, Daniel Vilela. Obcecado por uma candidatura ao Palácio das Esmeraldas, Mendanha desprezou o resultado de ampla consulta interna do MDB, que rejeitou a sua proposta de candidatura própria à sucessão estadual. Deixou o MDB e passou a “conspirar” com os adversários do seu partido de origem, como, por exemplo, os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton, ambos do PSDB.

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