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DESVIOS NO HMAP :Irmão de Mendanha é apontado em investigação sobre corrupção

Operação Falso Positivo Fase 2, da Polícia Civil, chegou a pedir a quebra do sigilo fiscal e bancário e busca e apreensão na residência de Danilo Melo Mendanha

O empresário Danilo Melo Mendanha, irmão do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, aparece nas investigações de corrupção no Hospital Municipal de Aparecida, o HMAP. A Polícia Civil, que conduz a Operação Falso Positivo, atualmente na sua 2ª fase, chegou a pedir quebra de sigilo fiscal e bancário e busca e apreensão na residência de Danilo – a medida, no entanto, não foi deferida pela juíza Karinne Thormim da Silva, encarregada do processo na esfera do Poder Judiciário. Mesmo assim, a magistrada reconheceu que o irmão de Mendanha tem papel como “articulador político” ligado aos principais suspeitos da Operação Falso Positivo Fase 2.

Danilo Mendanha, como é conhecido, é empresário, com duas lojas de sapatos em Aparecida, uma na região central e outra no Jardim Olímpico, conforme os registros da Junta Comercial. O negócio tem o nome de Taize Calçados, referência à sócia Taize Melo Mendanha, também irmã do prefeito Gustavo Mendanha. No ano passado, Danilo abriu outro comércio, dessa vez na área de bebidas alcóolicas.

O empresário é visto com frequência nos principais gabinetes da Cidade Administrativa, o pomposo prédio onde estão instaladas grande parte das secretarias municipais aparecidenses. Em especial, no do irmão, onde costuma “despachar” sentado no sofá que faz parte da decoração da sala.

Mas a sua inclusão nas apurações da Operação Falso Positivo foi decorrência do hábito de circular rotineiramente pela secretaria municipal de Fazenda, onde muitas vezes, em uma sala ao lado do gabinete do titular da pasta André Rosa, recebe fornecedores e prestadores de serviços para a prefeitura – conforme averiguou o Diário de Aparecida. Como Danilo Mendanha não tem cargo no município, o fato chamou a atenção dos investigadores da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública – DERCAP, responsável pela operação.

Danilo Mendanha ainda é muito notado, na prefeitura, pela proximidade com Lincoln Santos de Oliveira, assessor do gabinete do prefeito que adquiriu notoriedade pelos vultosos adiantamentos que recebe a título de “despesas com viagens”. O Diário de Aparecida formulou duas solicitações de informações sobre essas “despesas de viagem”, através da Lei de Acesso à Informação, que é um diploma legal federal, mas não obteve resposta e está agora encaminhando os pedidos ao Ministério Público Federal, para providências, conforme previsto na LAI. A suspeita é que gastos com o deslocamento de Gustavo Mendanha a municípios, para reuniões políticas, possam estar sendo bancados com essa fonte de recursos públicos.

Sem citar nome, pelo menos um jornal de Goiânia – o Jornal Opção – já publicou matéria sobre a movimentação nos bastidores de um irmão de um influente prefeito de cidade de grande porte em Goiás, na área de negócios. Nem o nome de Danilo Mendanha nem o do seu irmão Gustavo Mendanha nem o de Aparecida foram detalhados na reportagem.

No inquérito da Operação Falso Positivo, agora em sua 2ª fase, são investigados pagamentos superfaturados ao laboratório Inac Medicina Laboratorial, que tem como sócia oculta a mulher do secretário de Fazenda de Aparecida, André Rosa. Segundo a Polícia Civil, Edlaine Rosa foi flagrada dentro do HMAP autorizando exames ao preço de R$ 200 reais cada, quando são cotados no SUS por apenas R$ 20 reais. Convocados a depor, ela e o marido recusaram-se a falar, alegando o direito constitucional de não produzir provas contra si próprios.

Edlaine e o marido André Rosa tiveram a residência vasculhada por uma equipe de agentes policiais na manhã de quinta-feira, 4, mediante mandado expedido pela mesma juíza que negou medida idêntica quanto a Danilo Mendanha.

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