Aparecida

Editorial do Diário de Aparecida: Isolamento pernicioso

Aparecida é hoje, do ponto de vista administrativo, um município isolado do resto do Estado de Goiás, devido aos erros e equívocos cometidos pelo prefeito Gustavo Mendanha – que não tem interlocução nem com o governador Ronaldo Caiado, titular da maior e principal esfera de governo no Estado, nem com o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, que comanda o gigantesco centro urbano que faz vizinhança com as aparecidenses e os aparecidenses.

Como um garoto emburrado, o “menino de Aparecida”, como ele próprio se autocognominou em uma entrevista a O Popular, não conversa com ninguém e, em consequência, não consegue estabelecer a confluência necessária para ajudar na solução das demandas e dos desafios que acometem quem mora na cidade. Ruas sem asfalto, postos médicos que não funcionam, hospital municipal com salários atrasados, servidores públicos perseguidos, falta de vaga para milhares de crianças na educação infantil e a volta do fantasma da fome para as famílias mais vulneráveis são apenas alguns deles.

Em vez de trabalhar e lutar para resolver esse quadro dramático, Mendanha viaja para outros municípios em horário de expediente para fazer política, assunto que não é prioridade neste ano, e agora acaba de voltar, bronzeado, de uma temporada de férias nas barrancas do Rio Araguaia.

Ensimesmado em um mundo particular, acreditando que é um semideus e que tudo o que faz está acima de qualquer crítica, o prefeito protela o cumprimento dos seus compromissos de campanha, alguns, na 2ª eleição, repetidos da 1ª. Sendo assim, não contribui para superar as dificuldades que afligem a população, a exemplo do que fizeram antecessores como Maguito Vilela e Ademir Menezes, esses, sim, com um lugar garantido na galeria dos melhores gestores de Aparecida, com administrações sérias e responsáveis, sem marketing e sem perseguir ilusões acima das suas competências.

Mas o pior de tudo é a negação da realidade. Como é que 245 prefeitos goianos preservam seu bom relacionamento com as demais autoridades governamentais, enquanto o 246º, ou seja, Mendanha, não o faz, marchando a passo errado com o batalhão de gestores municipais que por esse Goiás afora trabalha duro pelas suas comunidades? Não há como justificar. Como é que se ignora a proximidade com uma metrópole como a Capital, virando as costas para as alianças administrativas que poderiam render benefícios indispensáveis para todos? Não tem cabimento.

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