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Polícia indicia médica por homicídio culposo de recém-nascido em Aragarças

Testemunhas relataram que a médica teria dito à mãe do bebê que o choro constante era algo comum em crianças e que o que ele precisava era de colo

A Polícia Civil indiciou uma médica pelo crime de homicídio culposo na última sexta-feira (18). Segundo informações da PC, a profissional foi acusada de negligência por não solicitar exames para diagnosticar um bebê, após a mãe denunciar que o recém-nascido estava com dificuldades para se alimentar e chorava incessantemente. O caso ocorreu em novembro de 2021 na cidade de Aragarças, no Oeste do estado, e resultou na morte do bebê três dias após o parto.

O delegado Fábio Marques, responsável pelo caso, declarou que tanto a mãe da criança quanto outras pessoas ouvidas pela Polícia Civil relataram que a médica teria dito à mãe do bebê que o choro constante era algo comum em crianças e que o que ele precisava era de colo.

O nome da médica não foi divulgado. A assessoria jurídica de Aragarças emitiu uma nota afirmando que o bebê foi liberado sem complicações e que a Prefeitura cooperará com as investigações assim que tiver acesso ao laudo policial. A mesma nota informou que a médica indiciada foi demitida por questões administrativas.

Segundo o delegado Marques disse ao O Popular, após o nascimento do bebê em 14 de novembro de 2021, a mãe se queixou de que o filho não conseguia mamar e chorava excessivamente. Mesmo procurando a equipe médica e solicitando uma fórmula de leite, o bebê continuou com dificuldades alimentares e chorando intensamente. Durante dois dias de internação, a criança não foi atendida por um médico, apenas por enfermeiros. A mãe insistiu para que fosse atendida pela pediatra, alegando que o bebê não estava bem e apresentava coloração amarelada. No entanto, a médica não solicitou exames.

O delegado explicou que a mãe foi liberada para voltar para casa com o bebê e instruída a retornar após 15 dias. No dia seguinte, a mãe percebeu que a condição do bebê estava piorando significativamente e voltou ao hospital. Desta vez, atendida por outro médico, foi constatado que o bebê estava realmente doente. No entanto, a criança faleceu antes de poder realizar os exames que confirmaram uma embolia, proveniente de uma pneumonia não tratada. A perícia determinou que a pneumonia poderia ter sido tratada com antibióticos, o que evitaria a morte do recém nascido.

 

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