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Editorial: Aparecida paralisada

Há pouco tempo, em entrevista ao Diário de Aparecida, o deputado federal Glaustin Fokus assinalou que, dentre todos os prefeitos que governaram Aparecida nos últimos 20 ou 30 anos, o atual, Gustavo Mendanha, é o que menos atraiu investimentos empresariais para o município.

Glaustin Fokus citou nominalmente Maguito Vilela, Ademir Menezes e até José Macedo como gestores que se preocuparam com a industrialização de Aparecida, marcando seus mandatos por uma forte expansão da economia em termos de implantação de fábricas e geração de empregos e renda.

O deputado federal, que é ele mesmo um capitão de indústria e conhece profundamente o setor, disse naquela entrevista que Gustavo Mendanha gosta de se apresentar como um bom administrador, porém, se estabelecida uma comparação entre as empresas que vieram para Aparecida na sua gestão e as que acorreram no passado, “o fiel da balança vai desfavorecer o atual prefeito”, ainda mais quando se lembra que, na campanha passada, a geração de empregos foi uma das principais promessas de Mendanha.

É bom lembrar que o atual prefeito está completando cinco anos de mandato e que, portanto, teve tempo demais para correr atrás de investimentos para Aparecida, mesmo porque, descontando-se o efeito negativo da pandemia, ainda sobram pelo menos 40 meses de funcionamento normal da política e da economia, em que a velocidade de captação de investimentos empresariais caiu a zero em Aparecida.

Pior é que, conforme levantamento do repórter Eduardo Marques, em matéria especial para o Diário de Aparecida, empresas fecham as portas a cada dia útil em Aparecida, desde o começo da pandemia. Alguma reação é necessária. Ainda que haja uma paralisia nacional em termos de expansão de negócios, pelo menos seria interessante que o prefeito deixasse patente o seu esforço para reverter essa triste situação.

Mas, infelizmente, o que toma todas as atenções de Gustavo Mendanha é a obsessão com a ideia de se transformar em liderança estadual, para o quê viaja incessantemente a municípios longínquos, para participar de reuniões em garagens de residências com escassos apoiadores – enquanto a administração de Aparecida fica ao léu.

Em cinco anos de mandato, Mendanha permitiu que a economia aparecidense tomasse uma marcha à ré. Não erigiu nem uma única obra de peso, não asfaltou os bairros, não implantou os eixos estruturantes nem muito menos cumpriu qualquer das promessas de campanha que fez, conforme os planos de governo que registrou no Tribunal Regional Eleitoral – que qualquer um pode conferir. Temos hoje um município paralisado, em prejuízo de todos os que o habitam.

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