Esporte

Começaram os Jogos Paralímpicos de Inverno: Pequim 2022 completa ciclo de maior investimento do CPB em desportos na neve na história

Brasileiros competem a partir das 23h, hororário de Brasília, deste sábado, 5, nas provas de esqui cross-country

Foto: Ale Cabral/CPB


Os Jogos Paralímpicos de Pequim 2022 começaram oficialmente nesta manhã de sexta-feira (no Brasil), dia 4. Quando a pira paralímpica foi acesa no estádio Ninho do Pássaro, na capital chinesa, a paranaense Aline Rocha e o rondoniense Cristian Ribera, atletas do esqui cross-country, haviam desfilado com a bandeira brasileira no centro da arena.

Eles são dois dos seis competidores da missão brasileira na China, a maior delegação que o Brasil já levou a uma edição de Jogos de Inverno. São cinco no esqui cross-country e um no snowboard. As primeiras provas com brasileiros acontecerão na noite (no Brasil) do sábado, 5, com a estreia dos cinco do cross-country na prova longa (18Km para os homens e 15km para as mulheres) e a prova de snowboard cross.

Esta é a terceira participação do país no evento. Em Sochi 2014, nossa estreia, eram dois representantes. Na cidade coreana de PyeongChang, quatro anos mais tarde, três – Aline e Cristian entre os quais.

Chegar a Pequim com o dobro de atletas do ciclo anterior reflete o investimento maciço do Comitê Paralímpico Brasileiro nos desportos na neve. No ciclo pioneiro em temporadas de inverno no esporte paralímpico nacional, foram empreendidos R$ 484 mil na trajetória até Sochi 2014. Nos quatro anos posteriores, este montante saltou para R$ 1,9 milhão, com uma média anual de R$ 476 mil. Já para Pequim, a média saltou para R$ 1,2 milhão e o ciclo se encerra com estes Jogos e R$ 4,8 milhões dedicados aos desportos na neve.

Esse montante é proveniente da Lei Agnelo Piva, que destina aproximadamente 1% da arrecadação bruta das loterias federais ao Comitê Paralímpico Brasileiro, que, em seguida, repassa às confederações.

A CBDN (Confederação Brasileira de Desporto na Neve) é a entidade gestora dos recursos destinados às modalidades de neve e responsável por organizar o calendário de competições, treinamentos, prospectar talentos em potencial e fomentar a base.

“Está na missão do Comitê Paralímpico Brasileiro promover o esporte para pessoas com deficiência em todas as suas dimensões, e o investimento nas modalidades de neve tem se mostrado profícuo, dado os resultados expressivos alcançados em tão curto espaço de tempo. Encontramos na CBDN o parceiro certo, que desenvolve um trabalho muito bom tanto nas canchas esportivas quanto na campo da gestão. A confederação é o parceiro ideal para o projeto”, comentou Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008) e presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.

“Junto com o CPB, criamos um planejamento de médio e longo prazo, visando desenvolver e fomentar os esportes de neve paralímpicos no Brasil. Em poucos anos, tivemos uma evolução considerável, aumentando a delegação brasileira nos Jogos e o nível técnico dos atletas de forma substancial. Abrimos esses Jogos sabendo que hoje os atletas brasileiros que aqui estão são competitivos em nível mundial, resultado de muito talento dos atletas, qualidade das equipes técnicas e apoio de gestão da CBDN e do CPB”, afirmou Pedro Cavazzoni, CEO & Superintendente Técnico da Confederação Brasileira de Desportos na Neve.

Cristian Ribera e Aline Rocha carregaram em Pequim, além da bandeira na cerimônia de abertura, alguns dos mais expressivos resultados da história do Brasil.

O rondoniense Cristian Ribera, 19, conquistou a inédita medalha de prata na prova de sprint do esqui cross-country no Campeonato Mundial de esportes de neve, em 22 de janeiro, em Lillehammer, na Noruega. Jamais um atleta brasileiro no esporte olímpico ou paralímpico havia subido ao pódio em campeonatos mundiais de esportes na neve. Na prova longa (18KM), ele está entre os cinco melhores do mundo.

Já Aline Rocha conquistou duas medalhas na etapa da Copa do Mundo de Ostersund, na Suécia, em fevereiro deste ano. É importante ressaltar que na classe de Aline compete uma das mais completas atletas paralímpicas de todos os tempos: a norte-americana nascida na Ucrânia Oksana Masters, dona de dez medalhas em Jogos Paralímpicos em quatro modalidades, sendo dois ouros no esqui cross-country nos Jogos de Inverno de 2018 e dois ouros no ciclismo nos Jogos de Verão de Tóquio 2020.

Além do aumento do número de atletas em uma edição de Jogos de Inverno, o Brasil também diversificou sua delegação. A missão brasileira na capital chinesa conta com seis atletas: dois de São Paulo, um do Paraná, do Rio Grande do Sul, além de um paraibano e rondoniense. Aqui você encontra mais informações sobre como competidores das Regiões mais quentes do país se encontraram no esporte adaptado na neve.

Além disso, a delegação brasileira conta com dois estrangeiros em sua comissão técnica: o argentino Federico Cichero, que trabalha numa função chamada de wax-tech, e o europeu Nuno Marques, treinador do snowboarder gaúcho André Barbieri.

A delegação brasileira chegou à China no último dia 26 e na segunda-feira, 28, realizaram o primeiro treino nas montanhas de Zhangjiakou, cidade chinesa, a 180 quilômetros de Pequim, que vai receber as provas de esqui cross-country e snowboard. Assim como nos Jogos Olímpicos, toda a neve utilizada nos Jogos de Pequim é artificial. Confira aqui o que os brasileiros disseram sobre a neve da pista de competição.

Os primeiros brasileiros competem neste sábado, 5, a partir das 23h, horário de Brasília. Cristian Ribera, Guilherme Rocha, Robelson Lula e Wesley Santos vão disputar as classificatórias da prova longa (18km) serão os representantes do país no esqui cross-country masculino. Confira aqui a programação.

Além de Cristian e Aline, também desfilaram na cerimônia de abertura o chefe da delegação, Anders Pettersson, e a médica da missão, Cassiana Pisanelli.

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