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Aparecidenses convivem com a sujeira e os perigos do mato alto

Cidade conta com quase 300 bairros e 72 mil lotes baldios. População reclama que prefeitura não consegue atender com os serviços de roçagem nos meses de chuvas, em que a demanda aumenta

Ana Paula Arantes

Quem percorre as ruas do bairro Colina Azul pode achar que está caminhando por trilhas dentro da mata. Os bairros vizinhos como Comendador Walmor, Jardim Riviera, Setor Fabrício e Setor dos Estados estão nas mesmas condições. Os locais acabam virando ponto de descarte ilegal de lixo que acumula água e pode se transformar em foco do mosquito da dengue.

Segundo moradores da região, a vegetação alta continua na época da estiagem e se torna alvo de incêndios que geram fumaça e agrava problemas respiratórios. Os mais de 72 mil lotes baldios espalhados nos quase 300 bairros da cidade suscitam maior preocupação aos cidadãos nos meses vigentes de chuvas.

De acordo com a Secom, os donos que não limparem seus lotes podem pagar multa a partir de R$ 606,16 que serão cobrados no ITU (Imposto Territorial Urbano) anual. Contudo há uma necessidade de mais investimentos em recursos que promovam a limpeza de Aparecida. As muitas reclamações que chegam ao Diário de Aparecida comprovam que a prefeitura não consegue atender as solicitações de limpeza e roçagem nos mais de 72 mil lotes não edificados.

O lote baldio de esquina, sem muro, existente há mais de 20 anos, no Setor Colina Azul na Avenida Flamingo Quadra 69 Lote 19, segundo os vizinhos, está sujo e com o mato crescendo acelerado. Os próprios moradores já flagraram pessoas usando o local como banheiro público e jogando toda ordem de lixo, como animais mortos, entulhos e móveis. O episódio acontece não só no local supracitado, mas em muitos outros espalhados pela cidade.

“Devido o lote ser ao lado de um bar de bebidas, os frequentadores urinam no local, aproveitam para praticar atos libidinosos a noite, o cheiro é insuportável. O jeito é a prefeitura tomar providências e limpar sempre, porque não tem cerca “, disse Josenildo Corrêa, morador do bairro há 25 anos.

Alcimar Maria Soares, 67 anos, disse que tem esperanças de que as coisas mudem no próximo ano. O motivo do otimismo são as eleições. “Todo ano de eleição as coisas mudam da água pro vinho. O mato fica roçadinho, os políticos aparecem para virem abraçar a gente, conversar e enganar todo mundo de novo. A história é sempre a mesma”, disse ela.

Se depender da prefeitura, o mato pode crescer a vontade até janeiro

Em nota, a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) disse ao Diário de Aparecida que a equipe de roçagem passará pelo Colina Azul somente a partir de janeiro de 2022. Enquanto isso, os moradores continuam se equilibrando com os transtornos.

Nota na íntegra

“Sobre o mato alto, a secretaria de Desenvolvimento Urbano de Aparecida informa que a obrigatoriedade de manter lotes limpos e roçados é do proprietário do imóvel, mas que realiza o serviço para minimizar os problemas para os moradores vizinhos. Informa que esse serviço é realizado duas a três vezes no ano e cobrado no ITU. Informa ainda que dentro do cronograma, que atende todos os 300 bairros da cidade, o Colina Azul receberá as equipes de roçagem no início de janeiro de 2022.

 

“A secretaria ressalta que os moradores precisam ter consciência e evitem o descarte irregular em lotes baldios e margens de córregos. E caso algum morador flagre o descarte, que é crime ambiental,  podem fotografar ou filmar e denunciar pelo número: (62) 3238-7216 e WhatsApp: (62) 9 8459-1661.” (A.P.A.)

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