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No MDB, uma dúvida: Mendanha vai trair Daniel e a memória de Maguito?

Ao assumir posição aberta em defesa de candidatura própria ao governo de Goiás, deflagrando uma “guerra fria” contra o ex-deputado federal Daniel Vilela, que atua para fechar acordo do MDB com o DEM em apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado, Gustavo Mendanha, cria dos Vilela, ensaia uma “traição”, avaliam líderes importantes do partido.

A carreira política de Mendanha foi “turbinada” em Aparecida pelos dois Vilela. Daniel, inclusive, foi decisivo para que o então presidente da Câmara Municipal fosse confirmado na convenção do MDB como candidato a prefeito em 2016. Maguito Vilela, então prefeito, emprestou seu “prestígio eleitoral” para garantir a vitória de Mendanha nas urnas já no 1º turno.

A estranheza de lideranças do MDB é em relação à “ansiedade” de Gustavo Mendanha em se posicionar à frente de Daniel Vilela na condução dos destinos do MDB de Goiás. Um velho ditado, muito propagado pelo ex-presidente Tancredo Neves, diz que, “em política, há fila”, ou seja, Mendanha não estaria sabendo esperar a sua hora, pois Daniel tem preferência em relação às definições do partido para uma eventual candidatura majoritária ou qualquer outro projeto para as eleições de 2022.

A pergunta que se faz: Gustavo Mendanha vai trair o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, e a memória do ex-prefeito Maguito Vilela, dois leais companheiros da incipiente carreira política do atual prefeito de Aparecida? Outra pergunta: teria sido eleito e reeleito prefeito da 2ª maior cidade do Estado sem as bênçãos e os votos dos Vilela na cidade?

Os emedebistas, aliados de Daniel Vilela, sustentam que faltou a Gustavo Mendanha habilidade política para uma “convivência saudável” com Caiado, um governador que não discrimina prefeito de oposição. “Governo não faz oposição a governo”: esse era o ensinamento de Maguito que Mendanha não aprendeu. Maguito, mesmo sendo do MDB, conviveu de forma “harmônica e respeitosa” com o então governador Marconi Perillo, do PSDB.

Gustavo Mendanha sabe que Daniel Vilela e o ex-prefeito Iris Rezende não querem candidatura própria do MDB às eleições de 2022. Na visão deles, o melhor para o partido é a aliança com o DEM, em apoio à reeleição de Caiado. Por que Mendanha se rebela, reage contra essa proposta, não aceita as orientações das duas principais lideranças emedebistas? Essa é a pergunta que não quer calar.

Prefeito está blefando: teria coragem para renunciar ao mandato em 2022?

Conforme a reportagem do Diário de Aparecida apurou, as principais lideranças políticas da oposição não acreditam que Gustavo Mendanha vá renunciar a dois anos e meio de mandato para se aventurar na disputa à sucessão estadual em 2022, enfrentando um candidato como Ronaldo Caiado, que tem hoje altos índices de popularidade.

”Mendanha blefa ao admitir candidatura a governador”, diz um dirigente de importante partido de Goiás. A desconfiança maior em relação ao projeto eleitoral de Mendanha veio de Jânio Darrot, governadoriável do Patriota, partido também do espectro oposicionista. “Sem a caneta de prefeito, Mendanha se enfraquece e não conseguirá se impor como candidato a governador. Ele não vai renunciar, em abril, ao comando da segunda maior cidade do Estado.”

No PSDB, os ex-governadores José Eliton e Marconi Perillo também não acreditam no “determinismo político” do jovem prefeito de Aparecida. Outros tucanos, principalmente deputados estaduais, não levam a sério essas movimentações de Mendanha e, principalmente, estranham a “insubordinação” do prefeito em relação ao seu aliado político Daniel Vilela.

“Mendanha não tem estatura política para o enfrentamento interno na luta contra Daniel Vilela pela hegemonia e controle do MDB goiano.” Nem o PT, que tem no deputado federal Rubens Otoni sua liderança maior em Goiás, leva a sério as propostas de Gustavo Mendanha. Os petistas sustentam que, em Goiás, o MDB irá para o rumo que Daniel Vilela e Iris Rezende definirem, com tendência de aliança com o DEM caiadista, contra a candidatura própria de governador.

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