Aparecida

Excesso de candidatos pode repetir 2018 e deixar Aparecida sem deputado estadual

Mais uma vez, Aparecida de Goiânia, segundo maior colégio eleitoral do Estado, com mais de 320 mil eleitores, corre o risco de não conquistar ao menos uma cadeira na Assembleia Legislativa nas eleições de 2022. O prefeito Gustavo Mendanha (MDB), no afã de fazer média com os partidos e interessados, estimula o surgimento de candidaturas, o que pulveriza a disputa eleitoral e pode inviabilizar a representação do município no Parlamento goiano.

No MDB, partido de Mendanha, o candidato natural é Max Menezes, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano. Max, como 1º suplente da bancada estadual do MDB, vai se efetivar, no mandato, com a renúncia de Humberto Aidar, a ser indicado conselheiro para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Mas na equipe de auxiliares de Gustavo Mendanha existem vários pretendentes a uma cadeira à Assembleia Legislativa, além de Max Menezes: Jhonathan Medeiros (Republicanos), Ciência, Tecnologia & Inovação); Vanilson Bueno (PSDB), Ação Integrada; Veter Martins (PSD), Planejamento e Regulação Urbana e Marlúcio Pereira (Republicanos), Desenvolvimento Econômico.

Embora lembrado, o secretário de Articulação Política, Tatá Teixeira, diz que estará fora das eleições do próximo ano, que prefere se resguardar para a sucessão do prefeito Gustavo Mendanha, em 2026. Fora da área de influência política da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, a movimentação também é intensa em diversos partidos. O PSC cogita o lançamento do ex-deputado Ozair José. O Avante, a cirurgiã-dentista Márcia Caldas.

Desde as gestões de Maguito Vilela, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia estimula as candidaturas à Alego, o que inviabiliza a eleição de pelo menos um representante da cidade. Em 2018, a pulverização de candidaturas deixou Aparecida de fora do Parlamento estadual: Max Menezes e Marlúcio Pereira, embora bem votados, ficaram na suplência em seus respectivos partidos.

É grande o prejuízo para Aparecida de Goiânia com a falta de um representante na Assembleia, já que falta uma voz em defesa da cidade na tribuna da Casa. Aparecida já teve três representantes na Alego: Chico Abreu, Marlúcio Pereira e Ozair José em uma só legislatura, o que ampliava a visibilidade política do município. Anápolis, que é a terceira maior cidade de Goiás, conta com dois deputados na Alego: Amilton Filho (SD) e Coronel Adailton (PP). Rio Verde, com pouco mais de 100 mil habitantes, tem três: Lissauer Vieira (PSB), Chico KGL (DEM) e Karlos Cabral (PDT).

Embora populosa, cidade nunca teve projeção na política estadual

Desde a sua emancipação política, na década de 1960, Aparecida de Goiânia não conseguiu ocupar espaços significativos na política estadual. O cargo de maior expressão que um político do município teve foi o de vice-governador, com Ademir Menezes, na chapa do governador Alcides Rodrigues, no período 2007/2010.

Para a Câmara Federal, os chamados “políticos forasteiros” apareciam em Aparecida e levavam os votos, sem o compromisso de defender as bandeiras da cidade. Norberto Teixeira, Sandro Mabel e Chico Abreu já integraram a Câmara com os votos dos aparecidenses. Na atual legislatura, a cidade tem dois representantes na Câmara Federal: Professor Alcides (PP) e Glaustin da Fokus (PSC).

Aparecida só teve maior visibilidade política com a eleição de Maguito Vilela para a prefeitura, já que se tratava de um político vitorioso, pois fora governador e senador, além de outros mandatos. Para a Assembleia Legislativa, o único deputado mais recente foi Ademir Menezes, na Legislatura anterior, iniciada em 2015. Ademir tinha sido prefeito da cidade por duas vezes também.

Aparecida sempre foi considerada “quintal de Goiânia”, ou seja, os políticos da Capital apareciam de quatro em quatro anos para “buscar” os votos. João Natal (PMDB) e tantos outros foram exemplos desse comportamento. Ao longo da história dos 99 anos, Aparecida nunca cogitou o lançamento de um nome para o Palácio das Esmeraldas, já que os seus políticos não tinham expressão e visibilidade estadual. Isso teve um preço: o isolamento político, afetando o desenvolvimento e o crescimento da cidade.

A falta de representante no Senado, na Câmara Federal e Assembleia Legislativa prejudica o desenvolvimento econômico-social de qualquer cidade. Aparecida pagou um preço alto por isso, porque as emendas parlamentares “ralearam”, o que resulta em menos recursos para obras em áreas vitais como saúde, educação, infraestrutura, esporte, cultura e meio ambiente.

Nem mesmo Maguito Vilela, com todo o seu prestígio e liderança, conseguiu projetar, durante os oito anos em que esteve à frente da prefeitura, um nome de Aparecida na política estadual, capaz de almejar cargo majoritário de expressão, como o de governador ou senador. Em 2018, Maguito e seu sucessor, Gustavo Mendanha, apoiaram Vanderlan Cardoso (PP) e Agenor Mariano (MDB), dois nomes de Goiânia, para o Senado. Aparecida, mais uma vez, ficou de fora. Daniel Vilela, que concorreu a governador, é político de Goiânia e de Jataí, não de Aparecida. (H.L.)

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