Editorial

MENTIRA

Gustavo Mendanha contou a O Popular, nesta semana, a maior mentira já dita por um político goiano em toda a história do Estado: disse que, quando foi prefeito, só contratou funcionários comissionados para a Prefeitura de Aparecida “por critérios técnicos”.

Ele documentou essa afirmação falsa por escrito, em nota dirigida ao jornal para responder a questionamentos sobre o fato de ter nomeado, quando prefeito, um filho do pastor Gilmar Santos, preso pela Polícia Federal por tráfico de influência e corrupção, através de pedidos de propina, para liberação de recursos do Ministério da Educação.

Segundo Mendanha, a contratação do jovem Quemuel Ribeiro dos Santos entre 2017 e 2018 na Prefeitura de Aparecida ocorreu “em razão do seu currículo técnico na área de marketing, sendo que o mesmo tem o seu trabalho reconhecido no mercado publicitário e de marketing”.

Seria cômico se não fosse trágico. Quemuel Ribeiro dos Santos foi mais um das centenas de comissionados nomeados por Mendanha por indicação de pastores evangélicos, sem nenhuma motivação a não ser o apadrinhamento. Da mesma forma, o ex-prefeito inflou a folha de pagamento do município com um monumental cabide de empregos, no qual foram pendurados presidentes de partidos e seus apaniguados, ex-vereadores, suplentes e protegidos dos 25 vereadores aparecidenses.

Esse, aliás, foi o segredo da mágica reeleição de Mendanha, que mesmo sem obras, sem cumprir as suas promessas de campanha e sem implantar nenhum programa social permanente, foi reeleito com maioria de votos do generoso e crédulo eleitorado de Aparecida. Com a folha de pagamento da prefeitura, o ex-prefeito neutralizou qualquer oposição e trouxe para o seu colo todas as lideranças políticas locais, de expressão mais ou menos para cima.

Mendanha fala inverdades com a cara lambida. O filho do pastor Gilmar, assim como milhares de outros comissionados, foi nomeado para atender a conveniências pessoais e dentro do relacionamento que o ex-prefeito tem com o religioso “desde criancinha”. Mas, aos poucos, a máscara vai caindo. O Popular e o Diário de Aparecida, nós primeiro, mostraram que ele tem, sim, ligações íntimas com o pastor preso pelos malfeitos no MEC. Trata-se de um político que, quando se trata de moral, é frouxo.

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