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Eleição para comando da OAB-GO tem cinco candidatos, nenhum favorito

A campanha para a escolha da nova direção da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção de Goiás já está em pleno andamento. As eleições se darão em 30 de novembro, daqui a pouco mais de quatro meses, portanto, mas desde já a movimentação é intensa, principalmente nas redes sociais e no WhatsApp – o que era esperado em tempos de pandemia.

Há mais fatos novos, neste ano. Um deles é que, pela primeira vez na história, que mostra uma tradição de homens se multiplicando na disputa pelo comando da OAB-GO, uma mulher apresentou-se como concorrente. É a procuradora do Estado de Goiás Valentina Jungmann, que já ocupa o cargo de conselheira federal da Ordem goiana e decidiu se candidatar para tirar as advogadas da marginalização a que sempre foram submetidas na política classista, diz ela.

Outro detalhe que chama a atenção é a proliferação de nomes se apresentando para presidir a OAB-GO: rompendo com a tradição de 2 ou 3 candidatos, até agora são 5 candidatos lançados, sem que rigorosamente falando qualquer deles possa ser considerado como favorito e quebrando a polarização que sempre se repetiu, quando despontavam um candidato da situação e outro da oposição, com no máximo uma alternativa de 3ª via.

Valentina Jungmann (situação, mas dissidente)

A procuradora estadual Valentina Jungmann decidiu lançar o seu nome como expressão da crescente presença das mulheres advogadas tanto na profissão como na política classista. A atual diretoria da instituição, da qual ela participa, tem menos de 10 representantes do sexo feminino, em um conjunto de mais de 90 cargos. Isso valeu à gestão atual de Lúcio Flávio Paiva a acusação inevitável de “machismo” e de exclusão das mulheres. Por isso, Valentina Jungmann, mesmo participando da direção da OAB-GO como conselheira junto à OAB nacional, pode ser definida como dissidente – já que não tem o apoio de Lúcio Flávio e faz o seu proselitismo inclusive com críticas à gestão pelo excesso de homens e pela falta de estratégias inclusivas para as advogadas goianas.

Rodolfo Otávio (situação, mas dissidente)

Presidindo a Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás – CASAG há 5 anos e meio, Rodolfo Otávio Mota também se apresentou como candidato a presidente da OAB-GO, porém sem contar com o apoio do atual presidente Lúcio Flávio. Pode, assim, ser considerado como uma espécie de dissidente, embora não faça críticas à administração, que ele integra comandando o braço assistencial da entidade – uma verdadeira potência financeira, com uma sede suntuosa nas proximidades do Estádio Serra Dourada, onde funciona até um restaurante estrelado. Conta com muito apoio entre os profissionais do interior, depois dos pesados investimentos que fez nas mais de 50 subseções que funcionam nos municípios. Recebeu ainda o aval da maior liderança da advocacia jovem em Goiás, o advogado criminalista Pedro Miranda.

Júlio Meirelles (oposição, mas dissidente)

O conhecido e respeitado advogado eleitoralista Júlio Meirelles, primo do deputado estadual Cláudio Meirelles, já integrou a diretoria da OAB-GO, porém hoje atua contra o grupo hegemônico do presidente Lúcio Flávio Paiva. Divergiu do outro candidato oposicionista, Pedro Paulo de Medeiros, e lançou a sua candidatura com discurso centralizado no mote “OAB para poucos, nunca mais”, uma crítica que, segundo ele, vale para todos os adversários, acusados de elitistas e vinculados a grupos específicos dentro da profissão e da política classista. Em razão da sua especialidade, criou vínculos com advogados que trabalham no interior, na medida da sua enorme clientela de prefeitos e vereadores. Dos 5 postulantes, é dono da melhor oratória, qualidade que ainda tem peso no ramo do Direito.

Rafael Lara (nome oficial da situação)

Há cinco anos e meio que o especialista em Direito do Trabalho Rafael Lara Martins dirige a prestigiosa Escola Superior de Advocacia – ESA, espécie de faculdade da OAB-GO voltada para a oferta de cursos de aperfeiçoamento para advogados. Ele foi ungido como candidato oficial da situação pelo atual presidente Lúcio Flávio Paiva, provavelmente tendo em vista o amplo relacionamento que criou com o maior contingente de inscritos na entidade, que são os advogados jovens – hoje mais de 60% dos votantes que definirão a eleição em 30 de novembro. Até onde algum dos postulantes pode ser considerado como favorito, essa classificação só pode ser atribuída a Rafael Lara – seu apoiador número um, Lúcio Flávio, é a maior liderança da categoria, hoje em dia.

Pedro Paulo Medeiros (oposição de raiz)

Advogado criminalista mais requisitado de Goiás e hoje com expressão profissional em nível de Brasil, Pedro Paulo Medeiros, o conhecido PP, foi candidato pela oposição na eleição passada, terminando a menos 15% dos votos do vencedor, Lúcio Flávio Paiva. Com a vantagem do enorme recall adquirido (ele é o único dos 5 postulantes que tem esse trunfo), resolveu disputar novamente, dizem que estimulado por pesquisas que mostram a solidez do seu nome – o único, segundo consta, em condições de se rivalizar com Rafael Lara Martins, o sucessor oficial lançado pela situação. É o candidato que mostra a mais intensa agenda de campanha, viajando pelo interior e promovendo reuniões diárias em Goiânia, Aparecida e Anápolis, cidades que concentram grande parte dos inscritos na OAB-GO.

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