Aparecida

Óbitos sobem em 95% no 1º trimestre em relação às vidas perdidas em 2020

A primeira morte registrada pela Covid-19 em Aparecida ocorreu no dia 7 de julho do ano passado. Em 5 meses de 2020, 509 aparecidenses morreram vítimas do coronavírus, contrastando violentamente com os números do 1º trimestre de 2021, quando foram registrados 484 óbitos, uma alta de 95% em relação a todo o ano de 2020. 

Aparecida tem a maior taxa de incidência do novo coronavírus dentre os municípios com mais de 100 mil habitantes em Goiás, com aumento também no número diário de mortes (de duas por dia em dezembro para oito por dia em março, em média), com o sistema de Saúde municipal praticamente colapsado em quase todo mês passado, sem disponibilidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou até mesmo de enfermaria para atender aos pacientes da nova doença.

A pandemia se agravou em março, com a chegada da sua 2ª onda. Conforme noticiado pelo Diário de Aparecida, a média diária de mortes nesse mês chegou a 8,3 e não foi por acaso. Cenas de aglomerações na cidade são cada vez mais comuns. Pontos comerciais aparecidenses ficam lotados e feiras livres funcionam livremente, como consequência da adoção do polêmico modelo de escalonamento intermitente por regiões do comércio, indústria e serviços. Aparecida é o único município de porte do Estado a seguir esse padrão. Todos os demais acompanham o decreto estadual, que instituiu o sistema 14×14, ou seja, 14 dias de portas fechadas e 14 dias de reabertura, cortando o ciclo de duas semanas do vírus.

Dados sobre as mortes em Aparecida, do dia 25 de março ao dia 9 de abril, mostram um salto de 882 para 1.001 mortes, em um em um período de apenas 15 dias. Já o número de pessoas contaminadas subiu de 55.579 para 56.355, também no mesmo período de 15 dias.

Apesar desses números dramáticos, a prefeitura de Aparecida diz que o modelo de abertura escalonada do comércio, indústria e serviços ajudou a estabilizar o avanço da doença. Ao contrário, o que se vê desde dezembro é o aumento das mortes diárias na cidade. Em dezembro, foram cerca de duas mortes por dia, índice que se manteve em janeiro; em fevereiro subiu para aproximadamente cinco mortes por dia; e em março supera oito mortes por dia, quadruplicando as vidas perdidas em dezembro.

Um dos fatos polêmicos com relação às falhas do isolamento social em Aparecida é que os motéis foram considerados como atividade essencial pela prefeitura e continuam funcionando normalmente. E, também as feiras livres, como a do setor Garavelo, também autorizadas pela prefeitura, acabaram virando cenário de aglomerações, além de pontos comerciais como a avenida da Igualdade, no mesmo setor, e o Buriti Shopping, que têm registrado longas filas de interessados em adentrar as suas instalações. (E.M.)

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