Polícia

Identificados dois integrantes da torcida do Vila Nova que participaram do espancamento de jovem em Aparecida

Esposa da vítima disse que marido saiu para comprar água de coco para o patrão quando foi atacado

Por: Suely Carvalho

Mesmo caído no chão série de chutes e golpes de capacete não cessaram. Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A esposa do jovem de 23 anos que foi espancado com chutes e golpes de capacete por um grupo de torcedores do Vila Nova, na tarde de sábado (23), quando deixava uma distribuidora de bebidas, localizada na Vila Alzira, em Aparecida de Goiânia, confessou ao Diário de Aparecida, que está com medo do que possa acontecer com o esposo que precisa trabalhar e cuidar da filha de apenas 1 ano e 8 meses, após ter sofrido o ataque.

Concordou em falar conosco desde que seu nome e profissão do marido não fosse divulgado, por temer que seus agressores descubram onde a família reside. Até agora a moça de 21 anos, disse não acreditar na monstruosidade do acontecido. Ela contou que na residência do casal, eles não possuem televisão, não acompanham futebol e que o companheiro não possui ligação nenhuma com assuntos relacionados ao esporte.

Que naquela tarde ele saiu para comprar uma água de coco a pedido do patrão e quando passou pela rua, o grupo estava esparramado e três deles vieram na direção dele. O companheiro contou que achou que o trio queria roubar a moto dele.

“Ele tem o cesso de colocar o celular na cintura e ao descer da moto e botar a mão na cintura para pegar o aparelho, os torcedores que já haviam trocado tiros antes com rivais, achou que ele era um deles, penso eu. Não tinha motivos, ele estava vestido até de roupa de trabalho”, desabafou a esposa.

Agressores foram localizados após gastarem R$ 108 do cartão da vítima

Através das imagens de câmeras de segurança de um restaurante vizinho ao local dos fatos, foi possível calcular que as agressões tiveram uma duração de 40 segundos.

No vídeo a vítima desce da moto e levanta os braços. Os torcedores começam a jogar pedras contra o rapaz, que se abaixa. Em seguida, começa a série de socos, chutes, golpes de capacete e pauladas. O grupo é composto por cerca de 30 pessoas, mas nem todas participam da agressão.

O jovem caído recebe diversas pancadas e quando os agressores avistam uma viatura da PM eles se dispersam e saem correndo. A vítima ficou caída na calçada, e comerciantes chamaram socorro.

Segundo testemunhas, além das agressões, um dos integrantes do bando sacou uma arma para atirar no jovem, mas quando viram a viatura se aproximar, correram.

De acordo com a companheira do rapaz, os torcedores levaram o celular e o cartão bancário da vítima, que após ser usado em um estabelecimento na compra de bebidas, possibilitaram a localização de dois deles.

“Eles pegaram o cartão do marido e ele era de pagar por aproximação. Eles passaram em uma distribuidora para comprar bebidas. E lá tinha câmeras de segurança que identificaram eles.

Foram gastos 108 reais, foi um dinheiro pouco, eu tinha pegado emprestado para mim ir ver ele no hospital e quando chegou lá eu fui fazer um pagamento e vi que não tinha nada na conta”, lamentou a companheira. Acrescentando que o marido ficou com sequelas na visão, ”ele não está enxergando muito bem não, está com a vista falha ainda”.

 

O caso será investigado agora pela Polícia Civil (PC).

 

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