Notícias

Disputa para o Senado em Goiás é arriscada e sempre traz surpresas

A história política de Goiás mostra não ser fácil chegar ao Senado da República: as urnas sempre revelaram surpresas, derrotando candidatos favoritos como Pedro Canedo (PRN) em 1990, Iris Rezende (MDB) em 2002 e Marconi Perillo em 2018. Não importa se a disputa é por uma ou duas vagas: as dificuldades são imensas, já que muitas vezes o eleitorado muda o voto na última hora, transformando líderes de pesquisas em derrotados nas urnas.

Diversos partidos pretendem lançar candidatos à única vaga que estará em disputa para o Senado em 2022. Nomes como os de Iris Rezende (MDB), Delegado Waldir (PSL), Luiz do Carmo (MDB), Wilder Morais (PSC), João Campos (Republicanos), Alexandre Baldy (PP) e Henrique Meirelles (PSD) são cogitados para a disputa eleitoral de 2022 em Goiás.

Em razão dos altos riscos de uma candidatura ao Senado, os partidos certamente terão cautela na hora de definir por nome próprio ou composições políticas, abrindo mão de concorrer ao cargo. O DEM, por exemplo, com Ronaldo Caiado na cabeça da chapa da reeleição, não tem condições de lançar também o nome ao Senado, o que elimina a postulação de Zacharias Calil.

Já o MDB dificilmente assegurará legenda para Luiz do Carmo, atual senador da República (era 1º suplente e assumiu a vaga de Caiado). É que Iris Rezende tem preferência para uma eventual candidatura ao Senado, em aliança do partido com o DEM caiadista. O Progressistas poderá ter dificuldades em manter a candidatura de Alexandre Baldy, que sofre desgastes políticos pelos processos a que responde na Justiça por improbidade administrativa. Baldy chegou a ser preso pela Polícia Federal por denúncia encaminhada pelo Ministério Público de recebimento de caixa 2 envolvendo empresas e a Secretaria de Saúde do governo do Rio de Janeiro.

O deputado federal João Campos (Republicanos) tem como principal limitação eleitoral o fato de integrar o segmento evangélico, o que afastaria de seu projeto de chegar ao Senado o voto dos eleitores católicos. Delegado Waldir (PSL), no seu segundo mandato de deputado federal, é uma incógnita em relação ao pleito para o Senado. Em 2012, disputou uma eleição majoritária e se saiu mal, com apenas 10% dos votos válidos para a Prefeitura de Goiânia. O empresário Wilder Morais (PSC), que exerceu por quatro anos o mandato de senador com a cassação de Demóstenes Torres, também ainda é uma incerteza na corrida majoritária de 2022.

A menos de 16 meses para as eleições de outubro do ano que vem, é prematuro fazer prognóstico – sobre quem é favorito ou não. Em razão da pandemia de Covid-19, há uma semiparalisia nos debates políticos, o que torna o cenário eleitoral ainda mais incerto e imprevisível. Somente a partir de abril do próximo ano é que os partidos iniciarão, efetivamente, as conversas para lançamento de candidatos majoritários (governador e senador) e proporcionais (deputado federal e deputado estadual).

Iris é a incógnita para o ano que vem, mas tem o apoio de Caiado

Apesar de estar formalmente aposentado da vida pública, conforme decisão tomada antes das eleições municipais de 2020, Iris Rezende, 87 anos de idade, é lembrado para uma nova candidatura ao Senado nas eleições do ano que vem. Nas conversas que mantém com aliados políticos em seu escritório do Setor Marista, em Goiânia, Iris Rezende não confirma nem desmente se irá concorrer em 2022, mantém seu estilo de não revelar o que efetivamente quer e pensa, como sempre fez.

A disputa pela única vaga ao Senado, no próximo ano, passa pela decisão do ex-prefeito de Goiânia. Sem Iris na urna eletrônica, o cenário e as perspectivas ganham posições de dúvidas e incertezas sobre quem leva vantagem. Com Iris na disputa, certamente o emedebista vai aparecer como favorito, o que não quer dizer que terá garantida a eleição.

A família de Iris Rezende, que em 2020 ficou contra a candidatura à reeleição para a Prefeitura de Goiânia, agora dá sinais de que aceitaria a “desaposentadoria política” do líder emedebista. Como as definições políticas vão ocorrer a partir de janeiro do ano que vem, há tempo para Iris avaliar o quadro político-eleitoral e se posicionar em relação a um novo projeto de candidatura ao Senado. Ronaldo Caiado (DEM) é o principal incentivador da candidatura de Iris Rezende.

Ele busca uma definição imediata do emedebista, que evita abordar o assunto nos encontros frequentes que mantém com o governador. Na última vez que visitou Caiado no Palácio das Esmeraldas, Iris preferiu abordar temas como obras do governo do Estado, seus feitos como produtor de soja e gado nelore do que tratar de eleições. (H.L.)

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo