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Mendanha investe em racha no MDB para sair da “sombra” de Daniel Vilela

O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha vive um inferno astral, próprio de quem assume posições insustentáveis e arriscadas. Ele abriu uma guerra fria contra o presidente estadual do MDB Daniel Vilela, a quem hipocritamente chama em público de “meu irmão”, porém pelas costas conspira para esvaziar a sua indicação para a vice na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado em 2022, assumir o governo em 2026 e se candidatar à reeleição. Existe hoje, em meio à classe política estadual, um repúdio generalizado à traição ensaiada por Mendanha.

E ele sabe disso. As coisas ficam piores na medida em que Mendanha espalha boatos e fofocas sobre a situação interna do MDB, insinuando que Daniel Vilela não tem o controle das bases do partido e seria derrotado, juntamente com Iris Rezende, caso coloque em votação a tese de candidatura própria no ano que vem. Ele está disposto a rachar e comprometer a sigla, da qual inclusive pode sair a qualquer momento – já que planta o tempo todo notinhas propagandeando convites de outros partidos para a sua filiação.

Um exemplo foram as declarações do prefeito aparecidense garantindo que, depois de visitar um grande número de municípios (pelo que recebeu também inúmeras críticas, já que abandonou o expediente para viajar atrás de contatos políticos), teria apurado que 80% dos seus colegas emedebistas que exercem mandatos como gestores municipais estariam a favor de lançar um nome do MDB para enfrentar a reeleição de Caiado.

Era mentira. No mesmo dia, a coluna Giro, em O Popular, publicou um levantamento mostrando exatamente o contrário: 80% dos prefeitos do partido querem a aliança com Caiado. Mais: na edição de ontem, a mesma coluna revelou que “a maioria dos 30 prefeitos do MDB articula uma reunião com o presidente estadual do partido, Daniel Vilela, para defender o apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado e pedir que essa decisão seja tomada o quanto antes”.

Maliciosamente, diante dessa notícia, Mendanha mudou o discurso e passou a falar em “presidentes de diretórios” e não mais em prefeitos. O problema todo está em que um “irmão” não age contra seu próprio “irmão”. Se Daniel Vilela for candidato a vice na chapa de Caiado, que tem favoritismo para 2022, como o próprio Mendanha admite, ele abriria caminho para chegar ao governo em 2026 – por que então Mendanha propõe outro caminho, que prejudicaria o futuro de Daniel Vilela?

A resposta é que o prefeito é hoje fortemente cobrado pela assessoria de baixo nível que tem em Aparecida para sair da “sombra” de Daniel Vilela e da condição de “subproduto” da família Vilela. Ele, dizem seus acólitos, seria muito maior do que o filho e herdeiro político de Maguito Vilela, já que é o emedebista que detém a maior cota de poder entre os membros da legenda, ao controlar a prefeitura do 2º município mais populoso de Goiás. Existem também ambições, ódio e rancor nessa estória.

Mendanha vive dias de dúvida cruel. Ele já caminha no fio da navalha com as ações que vem assumindo nas últimas semanas, correndo o risco de passar para a história política de Goiás como um “judas” que recebeu tudo dos Vilelas, mas retribuiu com a deslealdade e, mais grave ainda, com a perfídia, já que sorri para o seu “irmão” pela frente, porém por trás levanta o punhal afiado e envenenado pela ambição desmedida.

Mendanha também tem mágoas profundas de Caiado. Por um lado, porque o governador apoiou uma adversária em 2020 na eleição para prefeito de Aparecida. Por outro, pelas duas operações policiais que miram corrupção na prefeitura e no Hospital Municipal, casos flagrantes que a Polícia Civil investiga e envolvem secretários municipais, todos mantidos pelo prefeito, apesar de indiciados penalmente.

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