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Após a nomeação de um irmão, vice reconcilia-se com Gustavo Mendanha

Da Redação

A crise entre o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) e o vice-prefeito Vilmar Mariano (MDB), o Vilmarzim, chegou ao fim, com a reconciliação entre os dois e uma solução que repete o estilo de fazer política aprofundado por Mendanha em sua gestão.

Huarlen Clécio Mariano da Silva, irmão do vice-prefeito, foi nomeado para ocupar o posto de secretário executivo de Futebol Profissional na Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. Decreto do prefeito nesse sentido está publicado no Diário Oficial do dia 4 de março, com validade retroativa ao dia 1º de março, para efeito de inclusão na folha de pagamento.

Vilmar Mariano havia rompido o diálogo com Gustavo Mendanha desde que, antes mesmo da posse do atual prefeito no seu 2ª mandato, passou a reclamar de ter sido marginalizado no processo de montagem do secretariado municipal.

No dia 1º de janeiro, data da solenidade em que o prefeito, o vice e os 25 vereadores de Aparecida foram empossados, em cerimônia no Anfiteatro Municipal, Vilmar Mariano se recusou a discursar ao ser anunciado pelo mestre de cerimônias. Ao fim do evento, afirmou a um blog local que “não deveria nem ter ido” à sessão.

Em seguida, não compareceu à reunião do secretariado, convocada por Mendanha para repassar as diretrizes para a nova gestão. A interlocutores, o vice dizia que estava “chateado por não ter participado da escolha dos novos auxiliares”.

O prefeito nunca se incomodou com o rompimento. Aguardou o momento certo e deu a sua cartada para resolver a pendenga. A nomeação do irmão de Vilmar Mariano corresponde ao modelo de prática política aprofundado por Mendanha em Aparecida, onde conquistou o apoio de 21 partidos e dos 25 vereadores aparecidenses com o manejo da folha de pagamento e a sua vasta disponibilidade de cargos comissionados de secretários, secretários executivos, superintendentes, chefes de gabinete, diretores e assessores, todos muito bem remunerados.

Distribuição de cargos aos políticos garante “unanimidade” a Mendanha

Aparecida tem 25 vereadores e mais de duas dezenas de partidos políticos, mas nem uns nem outros mostram qualquer afinidade com a população de Aparecida e seguem em frente ignorando suas obrigações mínimas de representação dos interesses populares. Essa omissão vem da cooptação em massa promovida pelo prefeito Gustavo Mendanha, que empregou na prefeitura todos os presidentes de legendas, ex-vereadores, suplentes, indicados de vereadores e qualquer outra pessoa que tenha qualquer ligação com a classe política municipal. O preço é o silêncio.

Absorvidos pelo prefeito, os políticos não abrem a boca, temerosos de que o encaminhamento de qualquer demanda popular possa ser considerado como uma afronta pelo chefe do Executivo, ameaçando os seus valiosos cargos comissionados na folha de pagamento da municipalidade. Aliás, em
Aparecida, o melhor negócio para fugir da onda de desemprego que o coronavírus trouxe para o país e para o município, hoje superando a taxa de 14% da população economicamente ativa, é… ingressar na política.

Gustavo Mendanha é um gestor que gosta de se apresentar como moderno. Mas o que vigora em Aparecida é a “velha política”, aquela que se vale dos cofres públicos para atingir seus objetivos – que é a perpetuação no poder. Antes de assumir o 2º mandato, Gustavo Mendanha aprovou na Câmara uma “reforma administrativa” que institucionalizou mais 8 secretarias, subindo o número total para 27, aumentando o organograma de cada um com uma coleção de cargos comissionados.

Se já tinha uma margem de manobra ampla, no 1 º mandato, para garantir apoio entre os políticos, com essa jogada o prefeito aumentou a sua margem de manobra e passou a dispor praticamente do dobro das vagas na folha de pagamento para oferecer como atrativo para realização de alianças e acordos. Foi assim que abriu espaço para absorver o irmão do vice-prefeito Vilmar Mariano e resolver a crise entre os dois.

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