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“Mendanha é imaturo e sem musculatura para a política estadual”, diz Jornal Opção

Uma enxurrada de críticas tem sido feita pela imprensa goiana a propósito da movimentação do prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, e sua decisão de abandonar o município para viajar pelo Estado afora atrás de lideranças políticas para articular as eleições de 2022.

Uma das razões é que Mendanha vem fazendo o seu périplo em horário de expediente, gastando o precioso tempo que poderia usar para administrar o segundo centro urbano mais populoso do Estado – onde não faltam desafios gravíssimos aguardando respostas por parte da prefeitura.

Em um momento em que ninguém da classe política está discutindo o pleito do ano que vem – Ronaldo Caiado, Iris Rezende e Daniel Vilela, por exemplo, dizem que a oportunidade para isso virá no 1º semestre de 2022 –, Mendanha resolveu que o MDB deve ter candidato próprio ao governo de Goiás e para isso saiu pelos municípios para convencer prefeitos e vereadores da validade da sua tese.

O mais curioso é que o prefeito de Aparecida não está só procurando lideranças emedebistas. Em uma sexta-feira recente, ele deixou o seu gabinete na Cidade Administrativa e foi para Morrinhos para se reunir com o prefeito Joaquim Guilherme, que é do PSDB.

Segundo o Jornal Opção, quem orientou Mendanha para o seu périplo pelo interior, fora de hora, foram o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel. Os dois estariam interessados na formação de uma frente de oposição para se contrapor à reeleição de Caiado e teriam se conscientizado de que, sem o MDB, essa ideia vai por água abaixo.

O papel do prefeito aparecidense, portanto, é abrir uma dissidência dentro do partido para forçar uma candidatura ao governo, que hoje perdeu força diante das óbvias vantagens de uma composição com Caiado, com a vaga de vice na chapa da reeleição ocupada pelo presidente estadual do MDB, Daniel Vilela.

Segundo o blog Mais Goiás, “oficialmente, as viagens de Mendanha são agendas institucionais para trocar experiências entre gestões, mas extraordinariamente visam fortalecer o MDB e garantir uma candidatura própria”.

Já o Jornal Opção acrescenta: “Sem o MDB no páreo, a oposição chegará praticamente ‘morta’ ou ‘desmaiando’ em 2022. Por isso mesmo, o ex-governador Marconi Perillo saiu do conforto dos escritórios sofisticados de São Paulo e, irmanado com o ex-deputado Sandro Mabel, decidiu se portar como ‘conselheiro’ de Gustavo Mendanha (o tucano é um sedutor e, de alguma maneira, o prefeito ainda é meio ingênuo e aprecia conversas sobre vinhos, refinados e caros, e viagens para o exterior). Raposas felpudas, Marconi Perillo e Sandro Mabel, que planejam disputar mandato de deputado federal em 2022, avaliam que, sem um candidato a governador do estilo do prefeito de Aparecida, um deles terá de ir para o sacrifício e, daí, disputar o governo tão-somente para cumprir tabela”, diz a matéria.

Por que Mendanha caiu nesse trololó? O mesmo jornal responde: “Gustavo Mendanha, um jovem qualificado, mas ainda imaturo (se não o fosse não estaria sendo seduzido pelo Romanée-Conti do ex-governador Marconi Perillo). Caminhar pela estrada firme do realismo é mais saudável que tentar se firmar no tobogã das ilusões políticas. O prefeito de Aparecida não sabe ainda, mas a solidão dos derrotados é deles. Os que o incentivam a disputar o governo, no caso de uma derrota, não o enxergarão na planície. Vão ignorá-lo olimpicamente. Aí terá de tomar Mioranza sozinho. Sandro Mabel vai curtir as delícias de Paris e Marconi Perillo voltará para São Paulo, sua nova Ítaca. Mendanha voltará, solitário, para Pariscida.”

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