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Cláudio Meirelles é denunciado por gastos irregulares

Assembleia Legislativa de Goiás dá resposta e diz que vai cortar ilícito praticado por deputado estadual. Beneficiada era ex-primeira dama de Niquelândia

Denunciado na última semana pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) por produzir fake news sobre a pandemia de coronavírus e divulgá-las nas redes sociais, o deputado estadual goiano Cláudio Meirelles foi novamente pivô de um escândalo nas páginas do jornal “O Popular” na segunda-feira, 4.

O parlamentar – segundo reportagem investigativa da jornalista Fabiana Pulcinelli – teria provocado um rombo nos cofres públicos de Goiás no valor de R$ 116 mil em gastos irregulares com a verba indenizatória, recursos que devem ser usados para contribuir com o aperfeiçoamento do mandato.

O ilícito consistia em contratar a ex-deputada e ex-primeira dama de Niquelândia, Gracilene Sodré Batista. Segundo o deputado, a profissional cumpre serviços de consultoria jurídica.

Conforme apurou o jornal junto às regras da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), a contratação neste caso só é possível a partir de pessoa jurídica. E Gracilene, contratada como pessoa física, já estaria contratada no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), por conta do ex-deputado estadual Daniel Goulart, um dos principais articuladores do marconismo nas legislaturas passadas.

Marconi Perillo

Gracilene é figura conhecida no grupo ligado ao ex-governador Marconi Perillo, a quem assessorou no passado: tem relacionamentos contratuais com Cláudio Meirelles, foi candidata à prefeita pelo grupo e assumiu vaga na Assembleia graças a uma articulação do ex-governador.

Ela tomou posse no cargo de deputada quando o parlamentar Henrique Arantes (MDB) assumiu a Secretaria Estadual da Cidadania, na gestão de Marconi Perillo. Meirelles teve apoio de Gracilene e do marido nas eleições de 2014 e 2018.

Lissauer Vieira, presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), disse que o comportamento do deputado é inadequado e garante “estancar” o problema. O presidente do legislativo diz ao “Popular” que órgãos de controle como Ministério Público e Tribunal de Contas (TCM) podem investigar e questionar os pagamentos já ocorridos: “Eu não sabia. A partir do momento que sei vou estancar”.

Cláudio Meirelles disse que não tinha intenção de burlar o regimento da Assembleia Legislativa e atribuiu o caso ao próprio legislativo, que o não teria informado das regras.

Já o ex-deputado Daniel Goulart defendeu a servidora do TCM, alegando que ela é uma boa funcionária e que não existiria empecilhos para receber do TCM e da Alego, desde que de forma a atender o regimento.
A reportagem questiona o tom das declarações em plenário de Meirelles, que sempre faz questão de afirmar ser grande entendedor do direito e das regras. “O regimento é amplo e mesmo a gente estudando é impossível saber de tudo”, disse ao impresso.

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