ACIRLAG: na semana do empreendedorismo, estamos pagando uma conta que não é nossa”
Ana Paula Arantes
Nesta segunda semana do mês de março, Aparecida está comemorando ‘A Semana do Empreendedorismo’, incluída no calendário municipal, desde abril de 2014, conforme a Lei nº 3.174/2014 sancionada pelo então prefeito Maguito Vilela. O presidente da ACIRLAG (Associação Comercial e Industrial da Região Leste de Aparecida), Maione Padeiro, foi quem levou na época a minuta do projeto para o presidente da Câmara Municipal, o hoje prefeito Gustavo Mendanha – que abraçou a ideia e deu todo o seu apoio até a sua transformação em lei.
Ao Diário de Aparecida Maione Padeiro garantiu que, agora, os comerciantes não têm o que comemorar, por conta do cenário pandêmico. Membro do Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento a Covid-19 de Aparecida, Maione se esforçou para convencer o comitê de que alguns ramos de negócios mereceriam atenção especial, como por exemplo, lojas materiais de construção, ferragistas e acessórios de celular e não poderiam ser afetadas pelo lockdown.
“É injusto o comerciante ter que pagar a conta de um prejuízo que vem se acumulando há mais de um ano. A nossa classe segue estritamente os protocolos sanitários, nenhum empresário, com suas atividades, ajudou a propagar a Covid-19. Muitos estão sendo obrigados a trabalhar de forma clandestina, para honrar seus compromissos”, lamentou.
Segundo Maione, até agora não houve nenhuma proposta por parte do Executivo e Legislativo para a algum tipo de auxílio para os comerciantes e empresários de Aparecida. “Digo auxílio ou contrapartidas, por exemplo, nas tarifas de energia elétrica, água, telefone e aluguel; ou principalmente em relação aos tributos. Dia 5 de abril já tem que pagar o IPTU e o ITU. Como vamos pagar? Se muitos setores da economia estão há um ano sem gerar receita”, acrescentou.
“Como pagar os impostos com as empresas fechadas”
A lei que instituiu A Semana do Empreendedorismo em Aparecida propõe a valorização e difusão do espírito empreendedor entre os aparecidenses. O presidente da ACIRLAG Maione Padeiro pontuou que justamente na semana que seria de celebrações, as empresas e suas entidades representativas se acham em total desmotivação. Ele ainda rebateu uma divulgação da prefeitura de que houve crescimento de registros de CNPJ em Aparecida. O que houve, explica, foi apenas a regularização dos comerciantes que estavam na informalidade, depois do lockdown do ano passado, e não a criação de novas empresas.
“Com a legalização dos informais, os CNPJ cresceram. Mas voltando ao factual, a realidade é brutal, o comércio está se asfixiando aceleradamente, porque tem contas vencendo, como aluguel, fornecedores, tributos que inclusive aumentaram, e dezenas de despesas próprias de quem tem uma empresa”, disse Maione Padeiro.
