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“A pandemia mostrou que precisamos humanizar a OAB e apoiar a advocacia”

Como candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção de Goiás, defendendo o mote “OAB Para Poucos Nunca Mais”, o advogado eleitoralista Julio Meirelles tem propostas para todos os segmentos da advocacia no Estado. Ele é goiano, já ocupou os cargos de juiz no Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-GO (2007-2009), conselheiro seccional (2010-2012) e secretário-geral da OAB-GO (2013-2015). Atualmente trabalha como profissional independente no seu escritório de advocacia em Goiânia. Ele é o entrevistado da semana, na sequência que o Diário de Aparecida está promovendo com todos os candidatos à Ordem para ouvir as suas propostas e ideias para a entidade mais importante da sociedade civil em Goiás.

Diário de Aparecida – Por que o senhor quer presidir a OAB de Goiás?
Julio Meirelles – Desde os anos 2000, estou na atividade classista, aprendendo a ouvir as demandas do advogado. Por isso, acredito que, aos olhos de alguns, sou visto como uma pessoa habilitada para assumir a cabeça de chapa de um movimento para servir tanto à OAB quanto à advocacia goiana. Sou um advogado militante, tenho uma paixão enorme pela política classista, o que me deu um conhecimento privilegiado dos desafios que nós, enquanto profissionais, enfrentamos.

DA – A sua campanha dá muita ênfase para a advocacia do interior goiano? Por quê?
Julio Meirelles – O contato com a advocacia do interior me fez entender as agruras e necessidades do advogado que milita nas subseções dos municípios. Quando fui secretário-geral da OAB-GO, essa amizade e sinergia se intensificaram e me aproximaram ainda mais do advogado do interior. Quando saí da gestão, mantive-me sempre perto do advogado lá na base, onde ele exerce sua profissão. Hoje tenho a grata percepção de ser aos olhos de todos a liderança classista que mais prestigia as subseções e a advocacia em início de carreira. Isso me fortalece nessa campanha.

DA – Quais as suas principais propostas para a advocacia goiana?
Julio Meirelles – Primeiro, levar a OAB para mais perto do advogado. Segundo, humanizar a Ordem, principalmente nessa pandemia, onde o advogado foi deixado de lado, a OAB viu o sacrifício dos advogados e nada fez para auxiliá-los. Terceiro, focar em ações que contemplem a mulher advogada. Em se tratando do exercício profissional do advogado, os três segmentos que mais sofreram foram a advocacia em início de carreira, as subseções do interior e a mulher advogada. Para os que estão no início de carreira temos a ESA-GO (Escola Superior da Advocacia de Goiás), que pode preparar o profissional para a advocacia moderna e não servir, meramente, como expansão de uma faculdade. Os recém-formados saem da faculdade sabendo Direito Civil, Comercial, Penal e Eleitoral, mas não sabem lidar com pontos práticos importantíssimos para se advogar, como, por exemplo, precificar honorários e prospectar clientes, a ESA deveria ensinar isso.

“Já fui da OAB Forte, mas hoje não sou mais”

DA – Quais as suas propostas para as mulheres na advocacia?
Julio Meirelles – A OAB precisa mostrar sensibilidade às mulheres advogadas, que exercem múltiplas funções somadas ao dom de gerar a vida. Isso nos levou a apresentar uma proposta que deveria ter sido implantada há décadas na OAB-GO, que é dar condições para que a mulher gestante ou que tenha seu filho pequeno fazer audiência sem precisar estar ninando o filho ao mesmo tempo. É simples, mas pode-se, por exemplo, implantar estacionamento especial e, nas salas dos fóruns reservadas para OAB, disponibilizar pessoas para cuidar do filho da advogada.

DA – A atual gestão da OAB-GO foi eleita criticando o grupo OAB Forte, que o senhor integrava. O senhor é representante da OAB Forte?
Julio Meirelles – Hoje não represento mais. Fiz parte no passado, com muito orgulho. A OAB Forte, nas gestões passadas, construiu a OAB que existe hoje. Todos os imóveis, inclusive o CEL da OAB (Centro de Cultura, Esporte e Lazer da Advocacia), localizado em Aparecida de Goiânia, foram adquiridos e erigidos na gestão da OAB Forte. A atual gestão não levantou um tijolo. Ao pouco que fizeram deram o nome de reestruturação.

DA – O senhor diz representar a oposição à atual gestão da OAB-GO, mas há outro candidato que também se diz oposicionista, Pedro Paulo Medeiros. Quem representa a verdadeira oposição?
Julio Meirelles – Acho que a minha candidatura representa a verdadeira oposição, mas, de qualquer forma, o Dr. Pedro Paulo também é oposição. Quem se insurge contra a gestão é oposição.

DA – O fato de cinco candidatos se apresentarem à disputa pela presidência da OAB-GO não significaria que a advocacia goiana está hoje profundamente desunida?

Julio Meirelles – Há um pré-candidato (Rodolfo Otávio) dizendo que está unindo a advocacia. Na verdade, ele é dissidência da atual gestão, obviamente não está unindo a advocacia. Acho que a advocacia hoje está repensando a atual gestão e, com cinco pré-candidatos, teremos um debate intenso nesse sentido.

DA – Existe a possibilidade de o senhor retirar a candidatura para apoiar um dos demais candidatos?
Julio Meirelles – Não tenho a menor intenção de retirar minha pré-candidatura. Acredito também que o Dr. Rodolfo Otávio não tenha, embora digam que ele irá retirar a pré-candidatura dele. (A.P.A.)

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