Política

Aliança com o Republicanos não resolve o desafio do tempo exíguo de rádio e TV

Como candidato a governador do nanico Patriota e apoiado pelos também nanicos DC, Agir, PMN e Brasil 35, o ex-prefeito Gustavo Mendanha estava condenado a praticamente ficar fora do horário de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão – incontestavelmente crucial em qualquer campanha majoritária no Brasil.

É que o Patriota tem apenas 4 deputados federais, enquanto DC, Agir, PMN e Brasil 35 não têm nenhum. Como a distribuição de tempo no palanque eletrônico é proporcional às bancadas de

cada partido na Câmara Federal, isso significa que Mendanha só contaria com a fatia rateada entre todos os candidatos, de 1 minuto, o que daria a ele, se houve entre 6 e 8 candidatos a governador em Goiás, no máximo 10 segundos por bloco, ao meio-dia e à noite, e zero inserções durante o dia.

A entrada no Republicanos na aliança de Mendanha muda um pouco esse cenário. Mas, vejam bem, leitores: apenas um pouco. A legenda tem 40 deputados federais e se classifica em 6º lugar, status suficiente para garantir… entre 40 e 50 segundos, aos quais, juntando-se os 10 segundos que o ex-prefeito aparecidense já tem, garantiria a ele um programa eleitoral em torno de 1 minuto.

Considerando-se que Mendanha é desconhecido da maioria do eleitorado, sendo obrigado a se apresentar, e também que é candidato de oposição, necessitando de apresentar alguma crítica e um projeto de governo, fica claro que não será possível fazer uma campanha dentro do figurino clássico, que exige no mínimo 2,5 minutos para deslanchar e conquistar os ouvintes e telespectadores. Ele mal aparecerá na telinha. E desaparecerá rapidamente, em meio a candidatos como o governador Ronaldo Caiado, que poderá chegar a mais de 5 minutos, ou o ex-reitor da PUC Wolmir Amado, do PT, com mais de 2 minutos e ainda o Major Vitor Hugo, do PL, dono da maior bancada na Câmara Federal, com quase 2 minutos.

O marqueteiro de Mendanha é o presidente estadual do Patriota Jorcelino Braga, que só venceu uma campanha para o governo do Estado até hoje: em 2006, quando produziu os programas de Alcides Rodrigues, que tinha aval do então aprovadíssimo governador Marconi Perillo e uma coligação de partidos que deu a ele 70% do horário gratuito no rádio e TV.

Todas os demais clientes de Braga, na disputa pelo governo do Estado, perderam, com muito menos tempo na propaganda do TRE do que Alcides Rodrigues: Vanderlan Cardoso, em 2010 e 2014, e Daniel Vilela em 2018.

Braga só tem currículo positivo em campanhas para prefeituras, principalmente no interior, sempre, em municípios onde há horário gratuito, contando com a maior porcentagem de tempo, o que ocorreu nas eleições municipais passadas em Anápolis, Catalão e Jataí. Se virar em menos de 1 minuto para vender Mendanha para o eleitor goiano, não vai ser fácil.

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