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Aliança DEM-MDB não é apenas para 2022, mas para persistir a longo prazo

Por mais surpresa que tenha causado no meio político estadual, o governador Ronaldo Caiado (DEM) acabou com a tradição de todos os governos anteriores ao seu ao antecipar a definição da chapa pela qual concorrerá à reeleição em 2022, convidando o MDB para participar da composição.

O costume adotado no passado, em Goiás, era o de “cozinhar em fogo brando” os pretendentes às vagas na chapa majoritária (governador, vice e Senado) até bem perto das convenções, quando já não havia mais tempo para que os excluídos ou preteridos pudessem articular alternativas e, de certa forma, criar obstáculos ou dificuldades para quem os excluiu.

Essa foi a prática das chamadas “raposas da política” (expressão usada por políticos sabidos e espertos que conseguem o que querem manipulando a articulação política), segundo o conhecido consultor de marketing institucional e político Gaudêncio Torquato, que é também professor titular da USP.

Não há dúvidas, portanto: ao antecipar em meses o convite ao MDB para integrar a sua chapa, Caiado fez uso da mesma honestidade que marcou sua trajetória política iniciada em 1989, com a candidatura à presidência da República pelo antigo PSD. Ou seja: o padrão ético de comportamento que fez dele membro de uma exclusiva e limitada galeria de políticos brasileiros cujos nomes não apareceram em momento algum “bailando” nos “salões” pelos quais desfilaram dezenas de escândalos de corrupção, surgidos nestes últimos 40 anos.

Por mais que muitos tenham sido surpreendidos não apenas pela decisão de convidar o MDB para compor a chapa com bastante antecedência, mas também por informar antes os seus aliados da intenção de oficializar o convite, tudo isso é exatamente o que se pode esperar de um político com a biografia de Caiado.

Confirmando esse perfil, ele conversou reservadamente com cada um dos possíveis interessados na questão da chapa, entre os seus aliados: o vice-governador, Lincoln Tejota, e seu pai, o conselheiro Sebastião Tejota (TCE); os cinco ex-emedebistas que o apoiaram em 2018 (os prefeitos de Catalão, Adib Elias; Rio Verde, Paulo do Vale; Turvânia, Fausto Mariano; Goianésia, Renato de Castro; e Formosa, Ernesto Roller). Lembrando que os dois últimos fazem parte da equipe de auxiliares do governador.

Na conversa pública com o presidente do MDB, Daniel Vilela, no mês passado, o governador deixou claro que a proposta não se limitava a uma aliança eleitoral para uma eleição apenas, mas busca um projeto político consistente de longo prazo, com visão focada prioritariamente no desenvolvimento e modernização do Estado. É esse pequeno detalhe da conversa de Caiado com Daniel Vilela que está tirando o sono de alguns políticos em Goiás e causando grande preocupação.

 

Os maus exemplos de Marconi e Mendanha

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (MDB), protagonizaram, cada UM, um exemplo do que é normalmente característico das chamadas “raposas” da política: em 2014, o tucano protelou até o último dia a definição do nome do candidato a senador em sua chapa, quando optou pelo ex-deputado Vilmar Rocha (PSD) em vez do então deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) – decisão que se mostraria desastrosa, como se sabe. Já Mendanha fez algo parecido no ano passado, ao encher de esperança o seu vice, Veter Martins (PSD), de que seria mantido na sua chapa da reeleição. Não foi: na última hora o substituiu pelo seu atual vice, Vilmar Mariano, o Vilmarzim, com quem sabidamente, hoje, tem uma relação que deixa muito a desejar, segundo políticos locais. (Fonte: Divino Olávio / Blog Notícia Pura)

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