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Aparecida aparece em último lugar no ranking de vacinação contra a Covid-19

Eduardo Marques

Aparecida de Goiânia aparece em último lugar no ranking de vacinação contra a Covid-19 entre as quatro maiores cidades de Goiás em número de habitantes. Segundo o balanço, apenas 6,82% da população aparecidense recebeu a 1ª dosagem. O município de Rio Verde, quarta cidade mais populosa do estado, está com 9,18% da população vacinada com a primeira dose. Anápolis conta com 11,05% da população vacinada na primeira dose e a capital 11,86% da população recebeu a primeira dosagem.

Os dados para ranquear as campanhas de vacinação foram levantados pelo Diário de Aparecida por meio do cruzamento de dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos últimos Boletins Epidemiológicos divulgados pelas prefeituras dos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Anápolis.

A vacinação da primeira dose nos pontos de drive-thru de Aparecida estão suspensas por falta de imunizantes. A campanha de vacinação continua com a aplicação da segunda dose do imunizante de das da primeira dose que já estava agendada. Ao todo, foram aplicadas 54.398 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 40.300 referentes à primeira dosagem e 14.908 referentes à segunda, segundo dados do Painel Covid-19 do município de quarta-feira, 7, das 17 horas.

Ao Mais Goiás, a coordenadora de imunização do município, Renata Cordeiro, reclama que a falta de imunizantes atinge todo país e gera atrasos na vacinação do Brasil em relação ao resto do mundo. “Se tivéssemos um cronograma de recebimento de vacinas, conseguiríamos programar essa imunização em tempo hábil”, afirmou.

O DA entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida a qual informou, por nota, que realiza a vacinação contra a Covid-19 no município conforme o envio de doses pelo Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria Estadual de Saúde. Até o momento, o município já aplicou todo o estoque disponibilizado de doses referentes à primeira aplicação e a imunização com a segunda dose está ocorrendo normalmente.

Atraso no registro

Conforme noticiado pelo DA na edição de ontem, 8, outro motivo apontado para a última posição no ranking de vacinação é o atraso no registro de dados de vacinação da Prefeitura de Aparecida de Goiânia ou falta de aplicação. No município, mais da metade das doses enviadas pelo estado (69.700) constam como “não utilizadas e/ou não registradas” (35.228) no relatório.

De acordo com o Plano Nacional de Imunização, o Ministério da Saúde é responsável pela aquisição e distribuição das doses aos respectivos estados. Os governos estaduais devem encaminhar os imunizantes aos municípios que tem a obrigação de aplicar e registrar tudo na plataforma oficial.

Renata Cordeiro admite o atraso no registro da imunização e afirma que o problema é causado pela falta de mão de obra. “Realmente a gente não consegue fazer o registro em tempo real. Temos feito mutirão de digitação usando mão de obra até de estudantes para fazer o registro”, declarou ao Mais Goiás.

Segundo o balanço da Secretaria Estadual de Saúde divulgado na quarta-feira, 7, Aparecida recebeu 48.100 vacinas referentes à primeira dose, porém não aplicou ou não preencheu 51% delas. Já da segunda dose, das 21.600 recebidas, o município não aplicou ou não preencheu 49%. O número diverge do último Painel Covid-19 do município que foi divulgado na terça-feira, 6, às 17 horas que diz que já foram recebidas 61.100 doses D1 e D2, mas que 40.300 vacinas da primeira dose foram aplicadas, enquanto 14.098 da segunda, com um total de 54.398 doses (D1 e D2) aplicadas.

A prefeitura se defendeu esclarecendo que na última semana houve atraso no lançamento das informações devido a problemas técnicos na digitalização dos dados, mas nos próximos dois dias todas as informações serão atualizadas no sistema. “É importante ressaltar que até então, o município era o que mais estava em dia no lançamento das informações da Campanha e continuará prezando pela agilidade”, diz o comunicado.

Governo aponta divergência entre doses distribuídas e aplicadas 

O Governo de Goiás veiculou nota que aponta divergência entre o número de doses distribuídas pelo Estado e o número que foi realmente aplicado. A nota atribui a discrepância ao atraso dos próprios municípios no registro da informação junto ao sistema do Ministério da Saúde.

De acordo com o comunicado, foram distribuídas 1.031.380 doses aos 246 municípios, mas 406.665 delas não constam como registradas ou não foram aplicadas pelas Prefeituras.

A quantidade de doses de vacinas que cada Unidade Federativa recebe do Governo Federal é calculada proporcionalmente ao volume do público prioritário para vacinação em cada estado. Ou seja, se um estado tem mais idosos e profissionais da saúde do que outro, ele vai receber mais mais doses em igual proporção.

A falta de doses de vacinas para distribuição aos estados e municípios e o atraso no registro de dados da vacinação gera lentidão na imunização dos brasileiros. Em Boletim Extraordinário do Observatório da Covid-19 publicado pela Fundação Oswaldo Cruz na última terça-feira, pesquisadores apontam a urgência de acelerar o processo de vacinação em todo país.

A pesquisa ainda demonstra que as novas variantes do novo coronavírus permanecem em circulação intensa em todo território nacional e podem estender a crise sanitária, causando colapso nos sistemas e serviços de saúde dos estados brasileiros e suas capitais.

Além disso, os estudiosos envolvidos na pesquisa recomendam o fortalecimento da rede de serviços de saúde, aceleração da imunização da população e adoção de medidas restritivas de confinamento em regiões que apresentam tendência de crescimento no número de novos casos e óbitos causados pela infecção. (E.M.)

Foto: Enio Medeiros / Secom Aparecida

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