Aparecida

Aparecida de Goiânia registra três casos da variante Delta em família com Covid-19

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia identificou os três primeiros casos da variante Delta da Covid-19 no município, todos moradores da região do Garavelo. O anúncio ocorreu na manhã de sexta-feira, 6, na Cidade Administrativa Luiz Alberto Maguito Vilela, localizada no Setor Solar Central Park. Os casos registrados da variante foram verificados na mesma família e a pasta investiga se é uma transmissão comunitária, quando não é possível identificar a origem do contágio. Um dos infectados está internado em estado grave. Ao todo, foram confirmados 78.800 casos na cidade, sendo que 1.530 evoluíram para óbito em decorrência da doença.

O secretário de Saúde do município, Alessandro Magalhães, disse, durante entrevista coletiva, que o sequenciamento genético das amostras foi concluído na última quinta-feira, 5. A primeira a ser contaminada foi uma mulher de 34 anos, que trabalha em Goiânia. Ela testou positivo no dia 9 de julho. Já nos dias 16 e 21 do mesmo mês, a mãe dela, de 60 anos, e o pai, de 67, também testaram positivo. Os dois já tinham tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19. O idoso, que tem hipertensão, está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Garavelo e intubado. As outras duas infectadas já se recuperaram da doença.

Como a paciente de 34 anos trabalha em Goiânia, Magalhães disse que, por enquanto, assume que há uma transmissão comunitária na região metropolitana. Ele explicou que já comunicou a situação à Secretaria Municipal de Saúde da Capital. O secretário acrescenta que informou também a detecção da Delta à Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) assim que o resultado do sequenciamento saiu. “Hoje [sexta-feira] estamos formalizando essa notificação e informando que, dentre os três, o primeiro caso, o da filha, foi diagnosticado como Covid-19 no último dia 9 de julho, depois a senhora no dia 16 e o senhor foi internado no dia 21 de julho. ”

A SES-GO informou, por meio de nota, que não há confirmação de transmissão comunitária no Estado e nenhuma morte foi registrada. Foram identificados oito casos da variante Delta em Goiás, sendo quatro de moradores de Goiânia, um de Santo Antônio do Descoberto e os três da mesma família em Aparecida de Goiânia. “A SES-GO e as secretarias municipais de Saúde dessas cidades seguem monitorando os casos e realizando o rastreamento de contatos”, diz o comunicado.

Segundo Magalhães, já foram sequenciadas geneticamente 1,2 mil amostras. Foram identificadas 13 variantes ao todo. Porém, esta foi a primeira vez que amostras da Delta foram encontradas. “Não identificamos nenhum nexo causal de onde eles se contaminaram. O esposo da moça de 34 anos teve contato na empresa com um caso confirmado, mas não sabe referir que é Delta. Então, a princípio, até a gente tentar terminar de identificar onde esse senhor pegou essa doença, a gente tem que assumir que a gente está com transmissão comunitária”, disse o secretário.

O chefe da pasta de Saúde de Aparecida de Goiânia informou que, diante da situação, vai avaliar se é necessário mudar a estratégia de combate à doença. “Estamos preocupados com o cenário, que pode piorar, mas ainda é cedo para fazermos uma avaliação. A gente vai avaliar as próximas semanas, vamos intensificar o sequenciamento para entender se ela vai crescer dentro do cenário”, comentou.

Ao longo de toda a coletiva, Alessandro Magalhães reforçou que as medidas preventivas contra a Covid-19 precisam ser mantidas pela população: “O uso correto de máscara, tapando o nariz e a boca, a ventilação dos ambientes, a higienização das mãos e o distanciamento social continuam indispensáveis, mesmo para quem já se vacinou. E, sobretudo, é preciso se vacinar. Quem já está na hora de receber a imunização deve fazê-lo o quanto antes e quem está no momento da segunda dose também. A vacinação, com qualquer um dos imunizantes disponíveis no Brasil, é fundamental e continua salvando vidas”.

Escalonamento
O aumento no número de mortes por Covid-19 em Aparecida é a consequência da adoção do modelo de escalonamento do comércio pela prefeitura em março deste ano. Desde que o sistema foi adotado, além de casos e mortes, a ocupação de leitos de UTI’s aumenta vertiginosamente dia após dia. De acordo com o último dado do Painel da Covid-19, de quinta-feira, 5, atualizado às 17 horas, ela estava em 56% na rede pública e 66% na particular. Já a ocupação geral (pública e privada) é de 64%.

Até hoje, o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) insiste em afirmar que o modelo de abertura escalonada do comércio, indústria e serviços teria ajudado a estabilizar o avanço da doença, porém o que se vê desde dezembro é o avanço da pandemia na cidade. Imagens chocantes mostradas em edições passadas do Diário de Aparecida nos cemitérios locais exibiram uma sequência de valas abertas para receber caixões – em dezembro, eram cerca de duas mortes por dia, índice que se manteve em janeiro; em fevereiro subiu para aproximadamente cinco mortes por dia, e em março superou oito mortes por dia. Apesar de ter abaixado, em abril a média de mortes esteve em 7,4. Em junho, esse número esteve em quase quatro mortes por dia. Em julho, essa média ficou em 3,4.

Um dos fatos polêmicos em relação às falhas do isolamento social foi a autorização para o funcionamento dos motéis. E ainda as feiras livres, como a do Setor Garavelo, também autorizadas pela prefeitura, acabaram virando cenário de aglomerações, uma situação de risco, já que o índice de ocupação de UTI’s na cidade continuava aumentando. Além de não tomar medidas enérgicas de combate à doença, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia suspendeu recentemente o escalonamento desde o dia 12 de julho e permitiu ainda mais a flexibilização do comércio e atividades não essenciais.

De acordo com a Portaria nº 094/2021-GAB/SMS publicada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) do dia 15 de julho, o regime de escalonamento pode ser retomado se Aparecida registrar índices elevados de ocupação de leitos de UTI, variação na média móvel de casos e avanço na velocidade de transmissão.

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