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Aparecida: Medo da Ômicron prejudica retomada da economia

Todos os setores da economia reconhecem que uma eventual nova onda da pandemia da Covid-19 no Brasil poderia afetar de maneira drástica as atuais expectativas de retomada

Eduardo Marques

A nova cepa do coronavírus, a Ômicron, vem preocupando o empresariado aparecidense. Todos os setores reconhecem que uma eventual nova onda da pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo pode afetar de maneira drástica as atuais expectativas de retomada econômica. Membro do Comitê de Prevenção e Enfrentamento a Covid-19 de Aparecida, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag) e vice da Federação das Associações Empreendedoras, Comerciais, Industriais, de Serviços, de Tecnologia, de Turismo e do Terceiro Setor do Estado de Goiás (Faciest-GO), Maione Padeiro, cobra medidas enérgicas para combater a ameaça da chegada da mutação do vírus no município.

“Temos provocado uma reunião do comitê para saber quais estratégias estão sendo preparadas sobre o alerta da nova cepa, haja vista que ainda não há nenhuma apresentação de um plano de combate. Nós da Acirlag nos colocamos à disposição para ajudar. Vamos intensificar a campanha para as pessoas se vacinarem. É sabido que o único caminho é a vacina. E o pessoal não está indo vacinar. Senão poderemos ter o dissabor de ter restrições. A entidade também é favorável ao passaporte de vacina. Não podemos ver os comerciantes serem prejudicados. Precisa ter responsabilidade. Estamos preocupados com essa nova onda que pode chegar em Aparecida. Queremos evitar maiores prejuízos que já houve no setor produtivo”, declarou Maione ao Diário de Aparecida.

O economista Guilherme Almeida pontua que a cautela dos empresários reflete os desafios enfrentados ao longo da pandemia de Covid-19. “Apesar da retomada das atividades econômicas, muitos negócios ainda estão lutando para recuperar os prejuízos causados pela crise sanitária, e uma possível nova onda reforça essa preocupação”, avalia. O especialista explica que o avanço na vacinação pode contribuir para a recuperação da economia. “Desde que acompanhada pela melhora dos indicadores macroeconômicos, a imunização contra o Covid-19 e a manutenção dos protocolos sanitários pode contribuir para um cenário mais promissor no segundo semestre, marcado por datas comemorativas relevantes para o comércio varejista.”

Prejuízos

A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, indicou que a nova variante pode desacelerar a recuperação e forçar o órgão a revisar para baixo suas projeções econômicas globais. “Uma nova variante que pode se expandir rapidamente pode afetar a confiança e, a esse respeito, provavelmente veremos cortes em nossas projeções de outubro para o crescimento global”, explicou. Nessa última estimativa, o FMI já havia aparado o otimismo, estimando um crescimento do PIB mundial de 5,9% em 2021, em vez dos 6% anteriores. Em 2022, a expectativa é de um crescimento de 4,9%.

Os Estados Unidos (EUA) e a Alemanha se juntaram a países ao redor do mundo que planejam adotar restrições mais rígidas contra a Covid-19, conforme a nova variante Ômicron do coronavírus sacode os mercados, temerosos de que a cepa possa ameaçar a tentativa de recuperação econômica.

Ainda não se sabe muito sobre a Ômicron, que foi detectada pela primeira vez na África do Sul no dia 8 de novembro e já se disseminou em ao menos duas dúzias de países. Partes da Europa estão sofrendo com uma disparada de infecções da mais conhecida variante Delta à medida que o inverno se instaura.

A Ômicron também pode se tornar a variante predominante da Covid-19 na França até o final de janeiro, disse o principal conselheiro científico do país na última quinta-feira, 2, depois que a França e os Estados Unidos relataram seus primeiros casos e países de todo o mundo endureceram restrições.

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