Aparecida

Aparecida propõe escalonamento do comércio mesmo com a ocupação dos leitos de UTI em 87%

Eduardo Marques

Com a taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para tratamento da pandemia da Covid-19 na rede pública de Saúde de Aparecida de Goiânia estar em 87%, segundo o boletim da prefeitura das 17 horas, o Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus (COE) do município estuda o retorno do escalonamento regional do comércio com o fechamento total em duas vezes por semana, como medida para conter as contaminações pelo novo coronavírus. Aparecida registra 718 óbitos e 50.296 casos por Covid-19. No mapa de calor da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), a região permanece em estado de calamidade. 

Em reunião virtual na tarde de ontem, 5, lideranças empresariais propuseram também paralisar o transporte coletivo e que cada empresário viabilize o deslocamento de seus funcionários. O comitê planeja ainda o fechamento de todo comércio às 20 horas e das 22 horas às 05 horas toque de recolher. Toda discussão será levada hoje, 6, às 09 horas, ao governador do Estado, Ronaldo Caiado (DEM), e os 18 prefeitos da Região Metropolitana de Goiânia (RM). 

Membro do COE, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (ACIRLAG), Maione Padeiro, ressaltou ao Diário de Aparecida que o secretário de Saúde do município e presidente do Comitê, Alessandro Magalhães, reunirá neste sábado, 6, juntamente com o prefeito, para apresentar as propostas às demais cidades que fazem parte da (RM). No entanto, o próximo decreto terá efeito a partir da semana que vem. 

“Foi acordado ontem que os escritórios advocatícios saíram do fechamento. Será levada a proposta de Aparecida às outras cidades que compõem a Região Metropolitana de paralisar o transporte coletivo e os empresários viabilizem o deslocamento de seus funcionários. O setor produtivo defende que ferragistas, lojas de acessórios, depósito de materiais de construção, óticas flexibilizem”, declarou Padeiro. 

Em conformidade com o escalonamento regional, o presidente da ACIRLAG considera que esse seja o melhor meio de sobrevivência financeira. “Nós e os demais líderes classistas do setor produtivo aparecidense apoiamos o escalonamento e 100% a proposta do transporte”.  Ele sublinha que a diminuição dos casos de mortes, internações e ocupações de leitos de UTIs voltadas ao tratamento de Covid-19 só será possível com a participação das outras prefeituras e sobretudo da população. 

“Faz escalonamento em Aparecida e em Goiânia não. Aí o povo sai daqui e vai para a Capital. Fazendo também em Goiânia e nos outros municípios que compõem a Região Metropolitana, equilibra. Se não aceitar essa proposta, aí pode prorrogar por mais 7 dias o fechamento das atividades comerciais e assim por diante”, afirmou. 

Discussão 

Na semana passada, líderes classistas do setor produtivo reclamaram que a prefeitura de Aparecida de Goiânia não propôs nenhum auxílio emergencial e ajuste fiscal para o segmento. Leopoldo Moreira, presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (ACIAG), defendeu que o fechamento das atividades econômicas deveria se restringir para aquelas que promovem aglomeração de pessoas.

“Em relação ao fechamento das atividades econômicas, deveria ficar na parte do comércio que tem maior aglomeração de pessoas, como bares, restaurantes, distribuidoras de bebidas e transporte público. Na parte fazendária, a prefeitura de Aparecida de Goiânia ainda não apresentou nenhuma proposta de ajuda ao segmento. A gente precisa olhar essa questão. As exigências de funcionamento deveriam ser abolidas. E as contas que vencem essa semana, somos obrigados a pagar? Não pode produzir, mas é obrigado a pagar? Precisa ter uma acessibilidade por parte da secretaria da Fazenda para aliviar para o segmento”, afirmou Moreira ao DA.

Ele avalia que a medida mais sensata para conciliar a economia e o combate à Covid-19 é a redução do horário de funcionamento e restrição na ocupação no comércio. “A medida mais sensata seria a redução do funcionamento e horários do comércio e não o fechamento.  Acho que aliviaria de bom tamanho. Até porque Aparecida tem recebido muitas pessoas de fora do município que não estão fazendo o trabalho de prevenção.” 

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