Aparecida registrou dois casos de feminicídio em menos de 20 dias
Em ambos os casos, vítimas mantinham relacionamentos de curto período com os parceiros, confiavam neles e foram surpreendidas por uma crueldade que, até então, desconheciam
Suely Carvalho
A família está inconformada com a morte de Geovana Rodrigues de Araújo, de 19 anos, ocorrida na última terça-feira, 16, no setor Independência Mansões em Aparecida. Ela foi morta com dois tiros na cabeça, e três no peito, pelo namorado, Ryan Lucas Silva de Sousa, de 18 anos, com quem se relacionava há sete meses. Ele fugiu, mas acabou capturado poucas horas depois pela Polícia Militar em Quirinópolis, que fica distante 294 quilômetros de Aparecida.
“Era um namoro de vai e volta. Eles terminavam e voltavam direto. Não há relatos de agressões, mas de discussões. Há informações de que ela ajudava ele a traficar. Ela fazia todas as vontades dele, mas se negou a reatar o namoro”, informou o delegado da Polícia Civil, Hudson Benedetti, responsável pelo caso.
Segundo a PC, Geovana não acreditava que Ryan poderia matá-la. “No dia a mãe pediu para ela não sair e ela insistiu em sair. A família não acreditava. É uma família bem humilde”, ressalta.
De acordo com a polícia, apesar da pouca idade, Ryan é bastante temido em Aparecida de Goiânia, já foi preso por porte ilegal de arma de fogo, e lidera uma facção criminosa que atua em Goiás vinculada ao PCC. Ele confessou friamente que matou Geovana por ela se negar a reatar o namoro.
Manicure também foi morta pelo namorado há cerca de 15 dias
Com mais este assassinato, Aparecida de Goiânia contabiliza, somente neste mês, dois casos de feminicídio. No último dia 3, a manicure Arlete Almeida Silva, 33 anos, também foi assassinada a tiros por seu namorado Francivaldo Alves Braz, 46, no Setor Chácara Mansões Rosas de Ouro.
O autor dos disparos fugiu do local do crime, mas foi preso dois dias depois. A manicure deixou quatro filhos, a mais nova, com apenas oito anos de idade. A relação entre eles durou 1 ano e 4 meses. (S.C.)
