Aparecida

Machismo também atinge a Câmara de Aparecida, que tem 23 homens e 2 mulheres

O mesmo machismo e a mesma discriminação contra a mulher que imperam no secretariado do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que tem 26 homens e apenas uma representante do sexo feminino na sua equipe de auxiliares, também se repete na Câmara Municipal, onde, entre os 25 vereadores, há apenas duas mulheres.

Com uma diferença: enquanto no Executivo as secretarias foram preenchidas com homens por decisão direta e pessoal do prefeito, no Legislativo as vagas foram distribuídas em sua maioria a eles pelo voto popular. Na verdade, em razão de uma distorção histórica que sempre atribuiu ao sexo masculino, por toda parte, a primazia no processo de resolução parlamentar e que aos poucos está sendo vencido no Brasil.
No caso da Câmara de Aparecida, ela não está sozinha na discriminação às mulheres. No Senado, dentre 81 senadores, apenas 12 são mulheres. Na Câmara Federal, onde há 513 cadeiras, são somente 77 deputadas. E na Assembleia Legislativa, em Goiás, dos 41 deputados, apenas duas são mulheres.,

Em Aparecida, houve até avanço. Na Legislatura passada, não havia mulheres. Na anterior, apenas uma. Na atual, foram eleitas duas, a ex-secretária municipal de Educação Valéria Pettersen, pelo MDB, e a assistente social Camila Rosa, pelo PSD. Melhorou, mas não de forma a tornar mais afirmativa a presença das mulheres no processo político aparecidense.

É que as duas vereadoras integram a base do prefeito Gustavo Mendanha e por isso mesmo evitam críticas a ele a qualquer custo. Trata-se de uma espécie de submissão, diga-se. Confrontadas com a questão do machismo no secretariado de Mendanha, ambas minimizaram e até tentaram justificar o comportamento do prefeito. Quer dizer: defendem o empoderamento feminino, mas só até o ponto em que isso não prejudique seus interesses políticos e o relacionamento com o prefeito. Na visão das vereadoras Valéria e Camila, o prefeito não tem culpa porque não teria escolhido sozinho seus auxiliares, indicados pelos partidos e esses preferiram homens. Gustavo Mendanha até teria feito a sua parte, ao indicar a própria mulher, Mayara Mendanha, para a Secretaria de Ação Social. Mayara é a única representante do sexo feminino no secretariado da prefeitura. É um raciocínio estranho.

Gustavo Mendanha não responde

O Diário de Aparecida encaminhou para a assessoria de comunicação do prefeito Gustavo Mendanha a pergunta: “A preferência maciça por homens, em um secretariado com 26 deles e apenas uma representante do sexo feminino, significa algum tipo de discriminação contra as mulheres aparecidenses?”. Não houve resposta.

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