Aparecida

Avanço de massa de ar frio faz temperaturas caírem em Aparecida de Goiânia

O frio mais intenso voltou a Aparecida de Goiânia após dias de temperaturas mais moderadas. Segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), os termômetros na região foram alterados devido ao avanço de uma nova massa de ar frio polar de origem do sul do Brasil. O fenômeno ocorre desde a última segunda-feira, 19, que terá amplitude térmica entre 9°C e 32°C. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros registrarão mínimas de 14°C ao longo da semana. Mas o alerta fica por conta da umidade do ar, que vai variar de 15% a 75%.

O gerente do Cimehgo explicou ao Diário de Aparecida que essa massa de ar polar perderá gradativamente forças ao longo desta semana e as temperaturas ficarão elevadas durante o dia no município. “Não é que vai deixar de fazer frio, vão ter sim temperaturas baixas ainda por enquanto até o final de semana, mas as temperaturas gradativamente vão perdendo aquela intensidade do frio intenso”, pontua.

De acordo com o gerente, a nebulosidade também diminui e os índices de umidade podem ficar abaixo de 30% ao longo do dia. Com isso, não há previsão de chuva e nem expectativa de melhora expressiva na umidade relativa do ar nos próximos dias. “O ar que é projetado é frio e seco e, quando esse sistema acaba de atuar, a umidade relativa do ar volta a cair novamente. Nós teremos um ar frio e seco”, disse.

Ontem, 20, Goiás registrou 0,2ºC e atingiu a menor temperatura dos últimos 33 anos, conforme o Cimehgo. A mínima foi registrada em Jataí, no sudoeste do estado. No início da manhã, Aparecida de Goiânia chegou a marcar 9ºC. O gerente do Cimehgo André Amorim explicou que a temperatura registrada em Jataí nesta manhã só não superou o recorde de -1ºC, registrado em julho de 1988, na mesma cidade.

Ele conta ainda que uma massa de ar polar deve deixar o clima mais ameno até o final de semana. Andre Amorim explicou que a previsão de geada continua até o fim da semana no sudoeste do estado. Segundo ele, o fenômeno é uma mistura de umidade, temperatura baixa e vento, que acabam formando uma fina camada de gelo sobre as plantas.

 

Incêndios

A baixa umidade relativa do ar favorece riscos à saúde e incêndios florestais. O último caso de grande proporção ocorreu na semana passada, quando atingiu 21% da área total do Parque Nacional das Emas, na região sudoeste de Goiás. Diretor do parque, Marcos da Silva Cunha calculou que o fogo tenha destruído cerca de 15 mil hectares da vegetação. Mais de 70 pessoas, entre brigadistas e bombeiros, atuaram no combate às chamas
“O incêndio atingiu grandes proporções, principalmente no centro-sul do parque e na parte central, e agora o pessoal está nas fazendas do leste tomando as providências para o fogo não entrar nas áreas”, disse o diretor. O local possui uma área predominante de Cerrado de quase 133 mil hectares, distribuídos entre os municípios de Chapadão do Céu, Mineiros e Serranópolis.

Segundo o diretor, o tempo seco dificultou o trabalho dos brigadistas durante o combate às chamas. As causas do fogo são apuradas. “O problema é que está muito seco e não conseguimos controlar o incêndio no início”, disse.
A direção acredita que o incêndio começou, durante o uso do fogo controlado, para implantar aceiros em pontos estratégicos do parque. Desde o dia 5/7, os brigadistas do local deram início ao trabalho, com o objetivo de prevenir incêndios de grandes proporções. No decorrer da execução, no entanto, eles teriam perdido o controle das chamas.

 

Tempo seco exige mais cuidados com a saúde

 

Julho já é conhecido pelos goianos como o período de tempo seco e frio durante a noite. Essa situação agrava uma série de problemas respiratórios, como rinite e asma, levando pacientes a terem mais cuidado com a saúde nesta época, que pode se estender até outubro.

De acordo com a pneumologista Fernanda Miranda de Oliveira, que possui um consultório no Órion Complex, em Goiânia, a baixa umidade do ar funciona como um agressor das vias aéreas, já que uma das funções do nariz é umedecer o ar inspirado. “Com o ar inspirado seco, o nariz não consegue umidificá-lo adequadamente e ele chega aos pulmões sem a umidade necessária, o que pode causar danos aos bronquios”, explica a pneumologista.

Ela ainda destaca que as pessoas portadoras de doenças respiratórias crônicas, como a asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e rinossinusites, costumam ter uma piora no quadro clínico durante esses períodos do ano em que as temperaturas ficam mais baixas e o ar mais seco. Ela destaca que esses fatores podem prejudicar ainda mais o funcionamento do aparelho respiratório.

Para superar esse tempo seco e frio pelas manhãs característico dos meses de julho a outubro, Oliveira detalha que algumas medidas simples podem ser adotadas para melhorar a qualidade de vida e não sofrer com problemas respiratórios. “A pessoa deve se manter bem hidratada, não tomar banhos muito quentes, usar soro fisiológico nas narinas e não realizar atividades ao ar livre entre 10h e 16 horas nos dias em que a umidade estiver abaixo de 30%”, orienta.

 

Pandemia

Diante do cenário de pandemia, os cuidados devem ser ainda mais redobrados. De acordo com a pneumologista, qualquer síndrome gripal e infecciosa deve ser avaliada para se descartar uma hipótese de Covid-19. “Caso o indivíduo apresente febre, dores de cabeça e pelo corpo, alteração do olfato e/ou paladar, tosse seca e cansaço, apesar de serem sintomas comuns a outras doenças, é necessário avaliar se se trata de Covid-19”, alerta.

“Um dado que fala contra a hipótese do indivíduo estar com Covid-19 é quando a tosse tem secreção amarelada ou o peito chia. Esses sintomas são mais comuns nas infecções bacterianas”, destaca a pneumologista, que ainda aconselha sempre buscar acompanhamento médico. (E.M.)

Especialista alerta sobre doenças comuns em crianças no inverno

A pediatra do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), Stephânia Laudares, explica que, por terem a saúde mais frágil, as crianças, juntamente com os idosos, são os mais afetados pelas doenças. “Além da mudança de temperatura, outras características do inverno estão ligadas ao aumento dessas infecções, como a diminuição da umidade do ar, o aumento da poluição ambiental e o baixo índice de chuvas.”

Tanto a gripe quanto o resfriado são causados por vírus e têm sintomas semelhantes. A gripe, também chamada de influenza, é caracterizada por febre, dores musculares, dor de cabeça, calafrios, diarreia, vômitos, acometendo a garganta e o nariz com sintomas de inflamação e coriza.

Já no resfriado, em geral, se destacam sintomas parecidos, que aparecem de forma mais branda. Mas os sinais dessas enfermidades são muito similares também aos do coronavírus. Por isso, é importante a realização do teste para detecção do coronavírus.

Para evitar que as crianças sejam acometidas por essas doenças, é importante tomar alguns cuidados. “Depois de trocar fraldas, depois de limpar o nariz, antes de comer e preparar a comida, é sempre importante a higienização correta das mãos. Cuidados como evitar tocar olhos, bocas e nariz após contato com superfícies, evitar aglomerações e ambientes fechados, proteger a boca e nariz com máscaras ou lenços ao tossir e reforçar a imunidade, mantendo hábitos saudáveis, ajudam a combater o risco de contrair essas enfermidades”, orienta a dra. Stephânia. (E.M.)

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