Entrevista

“Buscar o MDB é uma estratégia inteligente e corajosa de Caiado”

O deputado federal Delegado Waldir está acelerado: além de cumprir o seu mandato em Brasília, busca espaço em Goiás para se candidatar ao Senado em 2022 e, nesse sentido, conversa com todas as correntes partidárias – menos, é óbvio, com as de esquerda. Nesta entrevista ao Diário de Aparecida, ele analisa a conjuntura política estadual, diz que o governador Ronaldo Caiado caminha para a reeleição e faz uma recomendação ao prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha: “Cuidado para não ser manipulado.”

Diário de Aparecida – O senhor é pré-candidato à reeleição à Câmara Federal ou a senador?
Deputado Waldir – Não tenho uma definição, ainda. Estou construindo uma pré-candidatura ao Senado e isso tem hora para acontecer. Se eu me antecipar, corro o risco de não ser candidato. Já abri diálogo com os pré-candidatos a governador, exceto os da esquerda. Se conseguirmos um bom apoio de partidos e de parlamentares, e, acima de tudo, se o cidadão goiano decidir que eu, Delegado Waldir, devo ir para o Senado, irei. Ainda estou como deputado federal e reconheço que tenho muito o que fazer para o eleitor.

DA – Se o sr. for candidato ao Senado, em qual chapa tem a pretensão de figurar?
Deputado Waldir –Hoje entendo que a preferência é para a chapa do governador Ronaldo Caiado, que já tem nove nomes fortes como pretendentes à vaga senatorial. Mas o PSL não está de mãos vazias e por isso colocou o nosso nome à disposição. O PSL é um partido de excelente estrutura, com o maior tempo de propaganda no rádio e televisão. Elegemos um presidente da República, 54 deputados federais, uma senadora, três governadores e três deputados estaduais. E, ainda, prefeitos e vereadores por todo o País. É uma decorrência natural, portanto, o PSL busca a vaga de Goiás no Senado em 2022.

DA – Sim, mas em qual coligação?
Delegado Waldir – Ainda não sabemos. Tenho excelente diálogo com Gustavo Mendanha, que ajudei a eleger para prefeito. Tive minhas divergências com o governador Ronaldo Caiado, mas, graças a Deus, estão superadas. Estive com ele num evento em que, pela primeira vez na história de Goiás, um governador distribuiu tablet e uniformes para os alunos das escolas estaduais, que estão sendo todas reformadas e modernizadas. Falei com o Jânio Darrot, que afirmou ser pré-candidato ao governo. Há três semanas, conversei com o deputado federal Major Vitor Hugo, que tem repetido nas redes sociais ser pré-candidato a governador. Tenho um leque de alternativas, portanto.

DA – O convite do governador Ronaldo Caiado ao MDB, para participar da chapa majoritária, despertou reações de todo o tipo. O sr. é contra ou a favor?
Deputado Waldir – O governador está usando as estratégias políticas possíveis dentro da democracia. Quem foi o principal adversário dele nas eleições de 2018? Daniel Vilela. Então o governador foi atrás, levando-se em conta que o DEM e o MDB são os dois maiores partidos do Estado, os que têm mais prefeitos e bases. Tudo isso resulta numa força muito grande. A aliança com o MDB representa uma estratégia corajosa, inteligente, ousada e coerente com o projeto de quem quer ser reeleito governador.

DA – O senhor acredita na candidatura de Gustavo Mendanha a governador? Que chances ele teria?
Deputado Waldir – Gustavo Mendanha imagina que pode ser um Marconi Perillo lá atrás (1998), quando enfrentou o Iris Rezende e venceu. Gustavo é um grande gestor, ele é um fato novo. Só que temos hoje um pré-candidato à reeleição muito respeitado. O Gustavo é muito jovem, deveria analisar meticulosamente se esse é o projeto que ele quer para esse momento e se essa é a hora dele. Precisa tomar cuidado para não ser manipulado, porque a política é cheia de armadilhas. Não acredito que ele caia numa, apenas penso que tem que tomar cuidado. Gustavo tem o meu respeito. Ele tem dito que não é pré-candidato e que vai guardar sua fidelidade ao MDB. Vamos aguardar.

DA – O prefeito Gustavo Mendanha é criticado por não ter obras ou uma marca para identificar a sua gestão, que já tem quatro anos e meio. O senhor concorda com essa crítica?
Deputado Waldir – Eu moro em Aparecida, e percebo que o prefeito Gustavo é muito respeitado. Eu responderia aos seus críticos que, se o prefeito não tivesse aprovação, não seria eleito com 98% dos votos, sem adversários. É o que eu penso.

DA – O presidente Jair Bolsonaro vai retornar ao seu partido, o PSL?
Deputado Waldir – Acredito que as possibilidades são muito pequenas. A prioridade do PSL é eleger deputados federais. Acho que hoje o presidente Bolsonaro estaria mais próximo de se aliar ao Progressistas ou ao PTB. Mas, na política, nada é impossível. (Ana Paula Arantes / [email protected])

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