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Caiado ganha força na busca de alianças para reeleição em 2022

Helton Lenine

Com foco no combate à pandemia da Covid-19, o governador Ronaldo Caiado (DEM) não tem priorizado articulações visando as eleições do ano que vem, mas mesmo assim partidos como o MDB, Republicanos e PSD podem se antecipar e anunciar apoio à reeleição do governador.

A crise vivida entre o MDB e o prefeito Rogério Cruz, do Republicanos, depois do fato marcante que foi a filiação do ex-ministro Henrique Meirelles ao PSD, já sinalizam enfraquecimento do projeto de poder da oposição, facilitando a composição com o Democratas.

Já decidido a não sentar à mesa com o PSDB do ex-governador Marconi Perillo e agora afastado da prefeitura de Goiânia, o ex-deputado federal e presidente estadual do MDB Daniel Vilela só tem a alternativa de se aproximar do governador Ronaldo Caiado, com quem já abriu um sólido canal de diálogo depois da morte do seu pai Maguito Vilela, vítima da Covid-19.

Daniel disse nesta semana ao site A Redação que não tem “porta fechada ou nem é inimigo de ninguém” ao ser perguntado sobre possível aliança com o governador Ronaldo Caiado (DEM) no próximo pleito. Ele destacou que nunca fez qualquer “ataque pessoal” ao governador, mesmo quando se confrontaram na eleição de 2018 Ainda segundo o líder emedebista, Caiado foi “muito respeitoso” durante o momento vivido por sua família com a perda de Maguito Vilela em janeiro deste ano. “Eu fiz questão de agradecer pessoalmente ao governador por esses gestos.”

Na bolsa de especulações, no momento, Daniel Vilela é cogitado para figurar como candidato ao Senado da República ou mesmo a vice-governador na chapa da reeleição de Caiado. “Daniel tem a chance de já garantir um acordo e a vaga ao Senado. Não vejo mais aquela possibilidade de juntar todo mundo (da oposição) e fazer uma frente ampla”, diz um deputado estadual emedebista ao jornalista que assina esta matéria.

Entre aliados de Ronaldo Caiado, existe a percepção de que há disposição teórica do governador para antecipar eventuais alianças, inclusive com a possibilidade de abertura de espaços na administração estadual para membros do MDB, Republicanos e PSD, desde já.

Desde a morte de Maguito Vilela, Daniel Vilela e Ronaldo Caiado têm tido encontros frequentes no Palácio das Esmeraldas, sem testemunhas. E, pelo andar da carruagem, as eleições de 2022 estão incluídas nas conversas entre os dois.

Aliança DEM/Republicanos, se depender de Cruz, está selada

Desde a posse, em 1º de janeiro último, o prefeito Rogério Cruz tem mantido encontros e conversas frequentes com o governador Ronaldo Caiado para tratar de temas que interessam à administração em Goiânia.

A recente decisão de Cruz de se aliar ao Palácio das Esmeraldas nas medidas de combate à pandemia da Covid- 19 sinalizou a “boa convivência e afinidade política” entre o prefeito e o governador, o que contribui bastante com uma aproximação do Republicanos com o Democratas.

Com a adesão da prefeitura de Goiânia decreto estadual de isolamento social 14×14, a posição do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, luminar do MDB, acabou se enfraquecendo, já que ele ficou sozinho como o único gestor de grande cidade, em Goiás, a divergir da orientação de Caiado nas medidas de enfrentamento à pandemia. 

Desde que chegou ao Paço Municipal o partido Republicanos ampliou as suas pretensões no sentido de alcançar maior espaço na política de Goiás, com a gestão de Rogério Cruza assumindo o papel de principal vitrine administrativa da legenda no Brasil. Uma aliança com o Democratas caiadista fortaleceria, por exemplo, o projeto do partido de eleger o atual deputado federal João Campos para o Senado Federal nas eleições do ano que vem.

Com o MDB e o Republicanos já enviesados na direção de uma incorporação ao projeto da reeleição de Caiado, resta o PSD de Goiás, hoje presidido pelo ex-deputado federal Vilmar Rocha, mas dividindo influência internamente com o senador Vanderlan Cardoso e com o deputado federal Francisco Jr, que atuam ostensivamente não só para confirmar aliança com o DEM caiadista, mas também para antecipá-la, fortalecendo o projeto de candidatura do goiano Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda, para o Senado Federal no pleito do ano que vem, ao lado de Caiado. Em resumo, a evolução do quadro político em Goiás conspira a favor do governador e da sua meta de conquista de mais um mandato. (H.L.)

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