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Caiado participa de Convenção Nacional do DEM, que estabelece fusão com PSL e cria novo partido

Sigla terá maior bancada da Câmara Federal, com 82 deputados, além de quatro governadores e oito senadores

Da redação

“Criamos a maior ferramenta política instalada no País”, proclamou o governador Ronaldo Caiado, nesta quarta-feira, 6, em Brasília, durante anúncio do União Brasil, legenda que nasce da fusão do Democratas e do Partido Social Liberal. A sigla terá a maior bancada da Câmara Federal, com 82 deputados, além de quatro governadores e oito senadores. O presidente da legenda será o atual líder do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), e a secretaria-geral ficará com ACM Neto (BA), que hoje comanda o DEM. O partido será pautado, segundo ele, “pela defesa intransigente da democracia como princípio fundamental e inegociável, garantidora da tolerância, pluralidade, respeito e diálogo”.

“O Democratas não chega com números. Chega com a experiência de todos os seus representantes”, afirmou Caiado durante a convenção. Ele foi empossado como um dos vice-presidentes da Comissão Executiva Nacional Instituidora do União Brasil e destacou ainda que a fusão aglutina princípios comuns aos dois partidos. “O Democratas e o PSL juntos têm aquilo que nós sabemos: espírito público, garra e coragem. O Brasil tem jeito. O Brasil tem rumo”, pontuou. O goiano, que é presidente do DEM estadual, também apresentou alguns dos motes da nova sigla: “Combate à fome, à corrupção, ao desemprego e, ao mesmo tempo, trazer esperança e dignidade ao povo brasileiro”.

Bivar disse que o novo partido surge inspirado em modelos que já deram certo, e fez menção ao Iluminismo, ocorrido no século XVIII, na França. “Lembrem-se que a história da humanidade é cíclica e que a natureza do homem pode levar-nos a caminhos perigosos”, alertou. “Vivemos tempos difíceis, poderes estranhos fustigam a democracia a todo momento. Mas nós, representantes legítimos do povo, precisamos atuar por meio de partidos políticos para que a democracia prevaleça”, continuou o presidente da nova sigla. “Trata-se de um movimento harmônico, visto que as duas legendas nutrem ideais e propostas convergentes para o país”, analisou.

O União Brasil, nas palavras de ACM Neto, já nasce expressivo, de posição formada e cujos valores são imutáveis e inegociáveis. “Nossas principais ferramentas serão o diálogo, a transparência, o compromisso com a palavra empenhada, a excelência na formação de nossos quadros políticos, a prioridade absoluta do interesse coletivo e, é claro, o amor pelo nosso país”, resumiu o secretário-geral do novo partido.

Ainda de acordo com ACM Neto, o União Brasil reflete princípios como o valor da democracia, do Estado como garantidor de direitos básicos, da liberdade para realização individual e da família como esteio e base da sociedade.

A nova sigla deve ser reconhecida pelo número 44 nas urnas eletrônicas. A próxima etapa do processo de junção entre DEM e PSL será o encaminhamento da formalização ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que, em sequência, ocorra o estabelecimento da legenda. O União Brasil surge já no primeiro lugar em verbas do Fundo Eleitoral (R$ 320 milhões) e do Fundo Partidário (R$ 138 milhões). Possui, também, o maior tempo de TV para as campanhas eleitorais. A expectativa das executivas nacionais de DEM e PSL é de ainda mais crescimento após o estabelecimento da nova legenda, visando o pleito de 2022.

“Ninguém está criando um partido para ter alguém subordinado. Nós temos brasileiros que sabem conversar, dialogar, ter a humildade para dizer qual é o melhor momento para enfrentarmos as crises e quais são as ferramentas que devemos usar. É desta maneira: dialogando”, explicou Caiado sobre o funcionamento do União Brasil, relembrando seus tempos de parlamento.

“Aprendi muito na minha vida. Fui parlamentar por seis mandatos, deputado e senador. No Congresso Nacional, você aprende que, quando se é deputado federal, você é um entre 513. Se não governar ouvindo as pessoas, todos os poderes constituídos e tendo simplicidade para saber da vida como ela é, você não tem condições de ter apoio da população”, reforçou Caiado.

“Vamos dedicar tempo e bom senso para procurarmos o melhor caminho, a melhor saída para todos os estados, a fim de que o União Brasil chegue, em 2022, com possibilidade de ser o partido mais vitorioso nas urnas”, afirmou ACM Neto. Na visão do dirigente, é necessário engajamento. “Nosso desejo é que, a partir de agora, a gente pense, raciocine como União Brasil. Quero trazer uma palavra de tranquilidade de que todos os envolvidos no processo de entendimento com o PSL estarão em busca de soluções positivas para cada Estado do nosso país”, pontuou.

O democrata e senador da República pelo Amapá, Davi Alcolumbre, subiu ao palco para ler uma carta do seu sucessor na gestão do Senado Federal, o também democrata, mas por Minas Gerais, Rodrigo Pacheco. No texto, o atual presidente do Senado deseja que a união gere frutos não apenas para a agremiação política, mas também para o país, que “precisa avançar sem demora na consolidação de uma sociedade plena, justa e desenvolvida”.

“Este movimento singular e ímpar na vida republicana, com o inestimável apoio de grandes lideranças, lançará as bases as quais se erguerá uma pauta fundante de uma nova ordem partidária, com a capacidade e a capilaridade para fazer a esperada representação dos anseios da sociedade”, diz a carta de Pacheco.

Representantes do Congresso Nacional, a líder da bancada do PSL no Senado Federal, senadora Soraya Thronicke, e o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Efraim Moraes Filho, ressaltaram a união por meio das diferenças no novo partido. “Continuarei incentivando a participação de mulheres na política, como já tenho feito em todo o período em que estou à frente do PSL Mulher nacional. Temos ganhado cada vez mais protagonismo em todos os setores da sociedade. Por isso, é hora de nos ajudarmos, de nos orgulharmos e olharmos para outras mulheres como possibilidade de serem nossas representantes em todos os níveis da política”, disse Thronicke. “É um movimento estratégico e inteligente do ponto de vista político. É uma união pelas diferenças que fazem parte deste todo, devem ser respeitadas e toleradas. É isso que o União Brasil representa”, definiu Efraim.

Deputado federal por Goiás e presidente estadual do partido, Delegado Waldir relembrou, durante o evento, a aprovação da reforma eleitoral, em 2017, que previa a diminuição no número de partidos políticos. Para ele, a fusão entre PSL e DEM abre precedente de modelo que, em breve, outros partidos deverão seguir, pois não conseguirão montar, com facilidade, chapas de deputados federais e estaduais. “A gente caminha para um enxugamento partidário que é muito importante para, amanhã, o Executivo poder governar com mais facilidade”, concluiu ele.

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