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Aparecidenses reclamam da demora dos atendimentos nas unidades de saúde pública

Redação do Diário de Aparecida Diário de Aparecida recebe diariamente denúncias de pacientes criticando a superlotação dos locais

Eduardo Marques

Enquanto os números da pandemia de Covid-19 aumentam e o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) realiza tour político partidário permanente por outras cidades de Goiás e até em Brasília atrás de lideranças para sustentar a sua ambição de disputar o governo do Estado, os moradores de Aparecida de Goiânia continuam enfrentando problemas com a demora de atendimento nas unidades de saúde públicas municipais de urgência e emergência. O Diário de Aparecida recebe diariamente denúncias de pacientes aparecidenses criticando a superlotação dos locais.

Por não suportarem tamanho descaso da gestão municipal, muitos pacientes desistem e vão para casa sem receber assistência médica. Para desafogar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) e os Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais), a prefeitura lançou o serviço de Telemedicina e disponibilizou as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) para apoiar os pacientes com sintomas gripais, mas mesmo assim a população reclama que não consegue êxito.

As pessoas que procuram a UPA Brasicon reclamam do atendimento por lá. Nathália Araújo diz que paga pelo serviço, mas é maltratada na unidade de saúde. “Vergonha a saúde aqui de Aparecida. Chega lá neste posto povo tira e onda com a cara da gente, eles não estão nem aí para as pessoas. Como se estivesse ali de favor, sendo que isso nós pagamos muito. Descaso e omissão”, reclama a moradora. Cadê o cara que quer ser governador para ir até aí ver a situação de perto? Esquecemos que ele só aparece em live”.

A Djeane Inacio contou que não conseguiu atendimento na UPA Brasicon na terça-feira, 25, e teve de retornar no dia seguinte devido a superlotação da unidade de saúde. “Eu estava aí nesse inferno (sic). Cheguei 19:30 da noite, e eles ainda estavam chamando quem tinha chegado no período da manhã. Fui embora para casa e voltei no outro dia era 11 da manhã e fui atendida quase 18 hrs da noite. Está uma verdadeira vergonha a saúde de Aparecida. E isso é Aparecida toda. Triste realidade”.

A moradora Graciele Cristina Musgo também cobra da Prefeitura de Aparecida uma solução para o problema enfrentado pela população. “Essa UPA [Brasicon] você tem que ficar no mínimo 5 horas para ser atendido, sem contar na proliferação de doenças contagiosas. Se você não está infectado pode pegar. Tem que arrumar outra forma de atendimento com agilidade”, desabafa. A Mary Santos reclama que não consegue atendimento por nenhuma modalidade. “A UBS do Pontal Sul aqui nem por telefone e nem presencial não se tem atendimento. É uma verdadeira vergonha para a gente que depende dessa saúde pública”.

O aparecidense Pedro Henrique S. Tiago não esconde a revolta também com os vereadores. “E onde estão os vereadores? Eles são pagos para fiscalizar a gestão do prefeito. Por que eles não fazem nada? Por que não mudam nada? Não solicitam nada? Estão em viagem com a família? Ne época de eleição é bom para pedir voto. Na hora de fazer pela população, são umas ‘tchutchucas’ (sic)”, desabafou. A Tania Maria complementou que os vereadores “estão em planejamento para saírem candidatos a deputados na próxima eleição. Não estão nem aí para o povo. Tudo fazendo articulação política.”

“A Prefeitura de Aparecida de Goiânia está largada às traças”, crítica moradora

A costureira Tatiana Alencar, 35 anos, acompanhava a esposa Larissa Mendonça, de 24, no Cais Colina Azul. Com febre, dores pelo corpo e mal-estar, Lira estava deitada no gramado na entrada da unidade, “por não conseguir ficar de pé.” Elas chegaram na unidade de saúde às 6h da manhã, às 7h já haviam passado pela triagem, mas, até as 12h40, ainda não tinham sido atendidas pelo serviço médico. “A gestão da Prefeitura de Aparecida de Goiânia está largada às traças”, dispara Tatiana.

O mecânico Gabriel Silva, de 19 anos, contou que chegou às 8h no Cais Colina Azul, mas só foi passar na triagem às 11h. “Tinha mais de 40 pessoas na minha frente. Tive febre de 39 graus ontem à noite e o pessoal não consegue dar atenção para gente. Se você entrar lá dentro, vai ver umas 300 pessoas esperando.

A superlotação relatada no Cais Colina Azul se repetiu na UPA Parque Flamboyant, com pacientes aguardando atendimento sentados no chão da sala de espera. A professora aposentada Sebastiana Gomes, de 65 anos, que está com suspeita de Dengue, reclamou do atendimento. “Cheguei lá meio-dia e saí às 17 horas. Não suportava tamanha dor mais. Um atendimento muito demorado. Vizinha minha, que também está com suspeita, foi sábado passado, mas não suportou a demora e foi embora. É um descaso da Prefeitura de Aparecida com os moradores. Nós pagamos nossos impostos e eles não se importam com a gente. É um sentimento de revolta.”

A reportagem do DA entrou em contato com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Aparecida de Goiânia para saber quais providências serão tomadas para minimizar os problemas enfrentados pela população nas unidades de saúde públicas municipais de urgência e emergência, mas até o fechamento desta edição, às 17 horas, a pasta não havia respondido aos questionamentos. O espaço segue aberto para novas declarações.

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