Política

Tucanos abandonam Mendanha para se concentrar em Marconi

Sem decolar a candidatura, chamada de “frankestein”, ex- prefeito já é trocado por Marconi Perillo nas articulações do PSDB e aumenta ainda mais o seu isolamento

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Da Redação 

O QG tucano está prestes a atropelar uma criação do próprio grupo: a candidatura de Gustavo Mendanha (Patriota). “Era uma candidatura ‘Frankestein’, pois era Lula, Bolsonaro, tudo no mesmo saco. Mas ainda sim melhor do que Jânio Darrot, sem agressividade e pegada”, disse um tucano ao Diário de Aparecida.

Mendanha substituiu a candidatura patriota de Jânio Darrot, que decidiu apoiar o governador Ronaldo Caiado, ao lado do prefeito de Trindade, Marden Júnior.

O motivo para o atropelo tucano seria um só: pesquisas internas revelam estagnação no projeto de Mendanha, que entrou na disputa praticamente sozinho à espera de um milagre de marketing.

Mendanha pensava em vestir o mesmo paletó de Marconi em 1999: moço jovem da camisa azul, que saiu do antigo grupo político e venceu o maior gestor da época.

Todavia, marqueteiros ligados ao MDB, ainda em 2021, com pesquisas nas mãos, alertaram Mendanha de que não bastava sair no Instagram 24 horas por dia sem conteúdo. E mais: sem um cenário propício de rejeição ao antagonista, pouco sobraria para ele crescer.    

Nas próximas semanas, o grupo mendanhista tentará viralizar alguma mensagem antes de ouvir o que o mentor Marconi Perillo tem a dizer.  Caso fracasse o “meme” ou vídeo viral, o grupo se voltará para a campanha tradicional através das comunicações de massa e articulações de bastidores.  Conforme as pesquisas, Entorno do Distrito Federal, região Norte, Anápolis e Goiânia não recepcionaram o projeto de Mendanha.

Por isso, aos tucanos, restaria um plano B. A candidatura de Mendanha foi proposta inicialmente pelo próprio líder tucano, ex-governador Marconi Perillo, que sonhava com a  dobradinha contra Ronaldo Caiado(União Brasil): ele ao Senado e Mendanha para o governo.

Mas o avanço dos meses mostra que a candidatura de Mendanha retraiu. Ele não avançou, mas oscilou nas pesquisas em um ano de agitadas manifestações de pré- candidatura.

No planejamento dos tucanos, em maio, Gustavo Mendanha deveria aparecer com quase 30% nas pesquisas – está pelo menos 24% atrás, segundo levantamentos mais sérios, como o último Serpes.

Após sair da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, a agenda de Mendanha se dissolveu, dizem ao Diário de Aparecida dois ex-deputados tucanos que tentam convencer Marconi a disputar o governo.

O Patriota não teria, por exemplo, o que fazer em Luziânia ou Anápolis, municípios centrais para a disputa. Seu partido inexiste em várias cidades e as reuniões com pouca gente só criaria uma onda negativa.

Cada encontro no interior é considerado estratégico. No final de semana, em Santa Helena, poucas pessoas participaram da apresentação de Mendanha.  E o mais grave: o grupo que sempre motivou o ex-vilelista acha que o pior está por vir. Quando a campanha começar, o grupo suspeita que será sempre Caiado: frenético e ferino nos debates e diálogos.

Por sua vez, Daniel Vilela, presidente do MDB, vai encarar o ex-prefeito com números sobre sua gestão e a deselegância em ‘desconstruir’ o legado de Maguito, seu pai.

Para piorar, Mendanha não tem horário eleitoral decente. Restará o submundo das redes e a luta contra aguerridos bolsonaristas, que o detectaram como falso após o pré-candidato Vitor Hugo apontar que ele não defendia o presidente, mas abria espaço para o PT e PC do B em sua gestão.

Em breve deverá começar uma disputa pelo eleitor bolsonarista, que aos poucos Mendanha perde para Vitor Hugo.  

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