Aparecida

Com novo decreto, Aparecida entra no cenário verde a partir deste domingo

Na contramão do Estado, o município de Aparecida de Goiânia insiste na permanência do modelo de escalonamento regional intermitente do comércio. A cidade, que foi dividida em dez macrozonas, entra, a partir deste domingo, 2, no cenário verde, de risco baixo, com duas macrozonas fechando as atividades econômicas não essenciais um dia na semana, de segunda a sexta-feira. A decisão foi tomada em reunião do Comitê de Prevenção e Enfrentamento à Covid-19, realizada na última terça-feira, 27. Especialistas condenam o atual modelo de escalonamento regional adotado pelo prefeito Gustavo Mendanha (MDB).
O formato de escalonamento regional no município foi adotado no dia 15 de março, após 14 dias de isolamento social horizontal, em que todos os estabelecimentos foram fechados. Nesse período, a cidade encontrava-se no cenário laranja, de risco alto, conforme Matriz de Risco seguida pela Secretaria Municipal de Saúde e editada pelo Ministério da Saúde.
A pandemia se agravou em março. O município registrou 239 óbitos em decorrência da Covid-19 nesse período. Foi quase metade do total de 546 óbitos registrados no mês de março no município. A média diária de mortes chegou a 8,3, e não é por acaso. Cenas de aglomeração na cidade são cada vez mais comuns, ao passo que pontos comerciais aparecidenses e feiras livres funcionam livremente.
Aparecida tem a maior taxa de incidência do novo coronavírus dentre os municípios com mais de 100 mil habitantes em Goiás, com aumento também no número diário de mortes (de duas por dia em dezembro para oito por dia em março), enquanto o sistema de saúde municipal esteve praticamente colapsado em quase todo mês passado, sem disponibilidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou até mesmo de enfermaria para atender os pacientes.
Apesar dos números, a Prefeitura de Aparecida afirmou que o modelo de abertura escalonada do comércio, indústria e serviços teria ajudado a estabilizar o avanço da doença, porém o que se vê desde dezembro é o aumento das mortes diárias na cidade.
Cenas chocantes mostradas em edições passadas do Diário de Aparecida nos cemitérios locais exibem sequência de valas abertas para receber caixões – em dezembro, eram cerca de duas mortes por dia, índice que se manteve em janeiro; em fevereiro subiu para aproximadamente cinco mortes por dia, e em março superou oito mortes por dia.
“A ideia de zoneamento é um pouco ingênua, mas atende aos comerciantes. Não leva em consideração que o vírus circula e as pessoas andam, pegam ônibus e visitam outros lugares”, diz em entrevista ao Diário da Manhã o biólogo Matheus Santos, especialista em Genética pela Universidade Federal de Goiás.

Flexibilização
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães, todas as atividades econômicas não essenciais continuam submetidas ao regime de Isolamento Social Intermitente por Escalonamento Regional. Portanto, no cenário verde, a macrozona continua fechando um dia da semana de segunda a sexta-feira e, aos domingos, todas as dez macrozonas poderão reabrir, observando o cumprimento dos protocolos de cuidado sanitário. No cenário amarelo, a cidade inteira fechava aos domingos.
As dez macrorregiões foram divididas em Jardim Alto Paraíso, Vila Brasília, Buriti Sereno, Expansul, Papillon Park, Santa Luzia, Zona da Mata, Centro, Cidade Livre e Garavelo. Os fechamentos regionais acontecem um dia por semana em duas das macrorregiões diferentes. Àssegundas-feiras, serão fechados os comércios nas macrorregiões da Vila Brasília e Jardim Alto Paraíso; às terças-feiras, não funcionarão os estabelecimentos da região do Garavelo e Zona da Mata; às quartas, ficam fechadas as macrozonas do Centro e do Expansul; e, às quintas-feiras, não funcionam as macrozonas do Papillon Park e Santa Luzia. Já nas sextas-feiras, fecham as macrozonas do Buriti Sereno e Cidade Livre. Todas podem abrir aos sábados e domingos.
Mesmo com a mudança de cenário, a realização de festas, eventos e shows com música ao vivo continua suspensa por tempo indeterminado. Restaurantes, bares e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas, praças de alimentação nos shopping centers, lanchonetes, casas de chá, de suco e similares poderão funcionar, desde que seja respeitado o horário de funcionamento até as 22h.

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