Aparecida

Comerciantes de Aparecida apoiam exigência de cartão de vacina contra a Covid-19

Embora a proposta de exigir a obrigatoriedade de apresentação do cartão de vacinação para comprovar a imunização contra o novo Coronavírus para entrada em bares e shoppings de Aparecida de Goiânia não tenha sido aprovada na última reunião do Comitê de Prevenção e Enfrentamento à Covid-19, o setor produtivo do município apoia a ideia. O objetivo é instaurar na cidade uma espécie de “passaporte sanitário”, medida adotada em diversos lugares do mundo. Não houve, no entanto, uma definição durante a assembleia e o debate continua no próximo encontro, que será realizado esta semana.

Membro do Comitê, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag) e vice-presidente da Federação das Associações Empreendedoras, Comerciais, Industriais, de Serviços, de Tecnologia, de Turismo e do Terceiro Setor do Estado de Goiás (Faciest-GO), Maione Padeiro destaca que a medida visa chamar a atenção da população a se imunizar contra a Covid-19.

“É uma forma de conscientizar os colaboradores, empresários, clientes, enfim, a população de forma geral, a se vacinar. Hoje, o único caminho que nós temos é a vacina. Precisamos socorrer a economia de Aparecida de Goiânia. Estamos lá defendendo a flexibilização, a retomada consciente. É sabido que estamos percorrendo por esse momento de pandemia, mas não tenho dúvida de que a vacinação em massa reduziu os índices de mortalidade e internação. Com a conscientização coletiva, e parar de escolher a vacina, vamos vencer essa doença”, explicou ao Diário de Aparecida.

O presidente da Acirlag reconhece que a medida, de certa forma, irá prejudicar os empresários, pois eles podem perder clientes. “Não pode penalizar os empresários. O setor produtivo também terá dificuldade, pois vai obrigar clientes a apresentar esse cartão e, consequentemente, perderá freguesia.” Mas Maione pontua a necessidade de conscientização por parte da população. “Precisamos conscientizar que a única solução para vencermos a pandemia é a vacina. Não tem outra.” Apesar de reconhecer que elas não são 100% eficazes, Padeiro adverte para a imunização: “Morre mais gente sem vacina que vacinado!”, exclama.

Paralelo a isso, entidades classistas irão desenvolver atividades de conscientização para a importância da imunização contra o novo Coronavírus. “A Acirlag, Faciest, Sindtur-GO [Sindicato de Turismo e Hospitalidade no Estado de Goiás], Agos [Associação Goiana de Supermercados] irão fazer uma campanha nos comércios para chamar a atenção dos comerciantes e clientes para a importância de se vacinar, cujo nome do slogan é: ‘Só a vacina salva. Só a vacina libera’. A vacina apresenta resultado e é por meio dela que os comércios voltarão com mais normalidade. Estamos levando junto ao comitê uma proposta de apoio da Prefeitura de Aparecida de Goiânia para os comércios que aderirem a essa ação.”

 

Passaporte sanitário

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia, alguns membros avaliaram que a exigência tem de estar ligada ao avanço da vacinação na cidade, e necessita atingir a faixa etária de 18 anos. Atualmente o município está vacinando moradores acima de 24 anos. Ao Diário de Goiás, o superintendente de Atenção à Saúde, Gustavo Assunção, disse que a obrigatoriedade da apresentação do cartão seria um estímulo aos jovens que não estão se imunizando.

Assunção destacou que a SMS chegou a reduzir a faixa etária contemplada com a vacina até duas vezes numa única semana. Mesmo assim, o comparecimento foi aquém do esperado. “A gente acredita que podemos melhorar ainda mais a cobertura vacinal. Há pouca adesão dessa faixa etária mais jovem”, pontuou.

O superintendente lembrou que, entre os idosos, a cobertura chegou a superar 100% do público acima de 70 anos e superou 90% daqueles com pelo menos 60 anos. A partir daí, porém, a tendência foi de queda na adesão. A preocupação é maior porque os jovens tendem a se relacionar com mais pessoas. “É uma população economicamente ativa e tem mobilidade maior”, destacou.

A presidente da Comissão de Direito Médico da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás, Carolina dos Santos, afirmou ao Diário de Goiás que vê numa possível cobrança do comprovante de vacinação para que as pessoas possam entrar em determinados espaços como “zelo do poder público” e uma medida constitucional para colaborar com o avanço da vacinação no Brasil.

Para Santos, a medida não pode ser caracterizada como “abuso de poder”, pois estamos falando de uma pandemia “que transcende o controle humano”. “Fosse apenas uma exigência que não levasse a um fim, poderíamos falar de um determinado abuso de poder, porém, quando nós estamos diante de pessoas que não podem ser obrigadas a ser vacinadas, precisamos de exigir o cartão de vacina, para que haja um controle epidemiológico da doença”, destaca.

A medida, para ela, pode incentivar as pessoas a se imunizarem, haja vista a proliferação das variantes no Brasil. “Eu vejo isso como um zelo do poder público no sentido de incentivar as pessoas a se vacinarem e, principalmente, controlar essa contaminação, principalmente da variação Delta, que é extremamente letal”, conclui. (Por Eduardo Marques – [email protected])

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