Aparecida

Comerciantes reclamam de brigas e sujeiras causadas por moradores de rua no Centro de Aparecida

Comerciantes do Centro de Aparecida de Goiânia reclamam da aglomeração de moradores em situação de rua na Praça Matriz e solicitam à prefeitura medidas para retirá-los do local. Queixam-se de prejuízos, porque calculam que suas abordagens inibem parte da clientela que movimenta o local. Incomodam-se com pedidos para carregar celular, de dinheiro e comida, com sujeira, sacos e caixas com peças de roupas e cobertores, além de assaltos e brigas entre eles.

A pérgola da Praça é o ponto que atrai maior número de moradores em situação de rua, mas eles também são encontrados em várias ruas do setor. A equipe de reportagem do Diário de Aparecida percorreu na manhã dessa quarta-feira, 24, alguns desses pontos e presenciou essa população e ouviu as reclamações dos comerciantes.

A vendedora Mariluza de Souza Sales, conta que os moradores em situação de rua inibem os clientes. “Eles espantam os clientes, porque eles ficam com medo. Aqui, tem muitas brigas. Aqui ocorrem muitos assaltos e roubos. Na hora de estacionar, se não pagar o que eles querem, ofendem as pessoas. É prejuízo para nós. Aqui fica conhecido como ponto de tráfico de drogas e moradores de rua”. Ela conta, inclusive, que quando estão brigando invadem as lojas para se abrigar, buscando proteção. “Queremos segurança!”, exclama.

Ela reclama da prefeitura de não prestar assistência a essa população. “O que vem aqui de vez em quando é a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Polícia Militar, mas eu não vejo ação de assistência da prefeitura. Eles não fazem um trabalho para retirar essas pessoas das ruas do Centro de Aparecida”, disse Mariluza, reiterando que eles aglomeram no local a partir do meio-dia e se estende no período noturno.

A profissional do lar, Berenice Justino, diz que eles atrapalham as pessoas que transitam no Centro de Aparecida. “É algo ruim para a cidade. Eles ficam aqui atrapalhando as pessoas, inibindo comerciantes, atrapalhando os pedestres, dormindo na rua, nas portas das lojas. Eu já vi muitos relatos de pessoas sendo assaltadas por eles”, sublinhou, dizendo esperar uma resposta rápida e eficiente da prefeitura no sentido de retirá-los de lá.

O vendedor José Melo aponta que a Praça da Matriz se transformou em ponto de tráfico de drogas. “Aí rola drogas na praça e a gente sente medo de ser roubado”. Ele conta que sua loja já foi arrombada a noite. “Segundo informações de pessoas que os conhecem, foi um deles”. Por medo de represálias, ele desabafou que não tomou providências. “A gente tem que evitar o pior. Depois faz algo de errado e as consequências virão. A gente tem muito o que perder”, desabafa.

Ele cobra do órgão municipal assistência aos moradores em situação de rua. “Eles precisam de ajuda. Porque muitos deles são drogados e não pensam que são gentes. Eles estão debilitados. Com problemas além do normal. Precisa urgente de uma assistência. Eu nunca vi ação da prefeitura no sentido de assistência a eles”, pontuou.

Na última segunda-feira, 22, uma funcionária de uma loja, que pediu para não se identificar por medo de represálias, contou que se deparou com um homem que dormia em frente à porta de entrada do estabelecimento. Ela pediu para ele se retirar do local, pois precisava abrir o comércio, ele se recusou e a situação só foi resolvida porque a funcionária acionou a GCM, porém os mesmos moradores retornaram ao local no dia seguinte.

Na mesma loja, uma funcionária se queixou de moradores em situação de rua que entram para abordar clientes. Nesses casos, ela os adverte que esse comportamento não é permitido e as reações às vezes são ríspidas. Quando isso acontece, em represália, no dia seguinte habitualmente encontram fezes e urina em frente à loja.

Da Redação

Foto: Pedro Damazio

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