Política

Coordenador de campanha de Mendanha foi investigado por pedofilia em Niquelândia

Ronan Batista também responde a denúncias do Ministério Público por liderar quadrilha e desviar de milhões na sua gestão

Foto: Internet


Da Redação

Ronan Rosa Batista, presidente de uma suposta associação de ex- prefeitos goianos, organizador do ato de lançamento da candidatura do prefeito Gustavo Mendanha ao governo do Estado, é uma figura conhecida nas páginas policiais da imprensa não só em Goiás, mas em todo o Brasil.

Como ex-prefeito de Niquelândia, ele acumula processos por improbidade administrativa movidos pelo Ministério Público Estadual e aceitos pela Justiça Estadual. Mais grave, porém, é o envolvimento de Ronan Batista com um caso de prostituição infantil, com duas meninas de 13 e 14 anos, que o levou a ser convocado pelo então senador Demóstenes Torres a depor na CPI da Pedofilia, em 2008.

Escolhido por Mendanha para coordenar a sua campanha nos municípios, Ronan Batista é réu em vários processos pela prática de corrupção.

Ele cometeu crimes ambientais e é também acusado de ter fraudado 146 licitações quando ocupava a prefeitura de Niquelândia, juntamente com uma quadrilha formada por 10 secretários municipais e auxiliares.

Somente em um esquema irregular de licitação de veículos para a prefeitura, desapareceram mais de R$ 6 milhões de reais, segundo o Ministério Público.

Um dos detalhes que chamou a atenção dos promotores estaduais é o da locação de uma velha Toyota Rural, vendida em leilão público pela prefeitura por R$21 mil, mas, poucos meses depois, alugada pelo novo dono à prefeitura por R$ 4,2 mil ao mês.

Até o namorado da filha de Ronan, segundo a apuração, teria recebido mais de R$ 600 mil pelo aluguel de maquinário pesado para a prefeitura.

Parte do dinheiro pago aos prestadores de serviço, segundo a acusação, retornava ao prefeito por meio de caixa 2. O caso mais grave em que Ronan Batista se enrolou – com repercussão nacional – foi o do aliciamento de duas menores, de 13 e 14 anos, como parte de uma organização de prostituição infantil e exploração sexual comandada de dentro da prefeitura de Niquelândia, com a participação, novamente, de secretários municipais e auxiliares.

A partir da denúncia inicial, feita pelo Correio Braziliense, Ronan Batista foi investigado e chegou a ser chamado para depor na CPI da Pedofilia, no âmbito do Senado Federal.

Quando o processo subiu à Justiça, ele escapou: foram condenados o chefe de gabinete da prefeitura, José Geraldo Gavazza Pedroni; o secretário da Agricultura, Rusley Olegário Dia; e o secretário da Indústria e Comércio, Gláucio Almeida Soares, a penas de 5 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão.

Um motorista da prefeitura, Anderson Rocha, que transportava as garotas, teve a pena reduzida para 4 anos por ter colaborado com as investigações, entregando o esquema em detalhes.

Ronan Batista não foi denunciado porque o MP concluiu que, apesar dos indícios, não foi possível comprovar prática de violência para obter favores sexuais das duas adolescentes que foram prostituídas em Niquelândia.

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