Aparecida

Daniel e Mendanha estão perto de acordo sobre consulta às bases

O presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, e o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, estão nos acertos finais para um acordo capaz de levar a uma consulta ampliada às bases do partido sobre a candidatura própria em 2022 – não tão resumida quanto desejava Daniel nem tampouco expandida até onde queria Mendanha.
A ideia que interlocutores dos dois discutem, depois do encontro na casa do empresário aparecidense José Luiz Celestino, seria a de um evento no dia 15 de outubro na sede do diretório estadual do MDB, na Avenida Paranaíba, em Goiânia, durante o qual as bases se manifestariam – via on-line ou presencialmente – sobre o apoio à aliança com o DEM.
Mendanha, ao que tudo indica, aceitaria a proposta, a depender do universo que vier a ser definido para a realização da consulta: um meio-termo entre o que ele e Daniel defendem, o que significa que haveria participação não só dos prefeitos e membros do diretório estadual e dos representantes dos diretórios e comissões municipais, como também de mais algumas lideranças, tanto da Capital como do interior (como ex-governadores e ex-prefeitos de cidades de maior porte).
Um novo encontro entre Daniel e Mendanha deve acontecer a qualquer momento, para a finalização do acordo, que já foi discutido também com o deputado estadual Paulo Cezar Martins – praticamente o único emedebista de peso que apoia a tese da candidatura própria a governador defendida por Mendanha.
O prefeito de Aparecida tem pressa, pois se sente incomodado com o vácuo que se abriu ao seu redor a partir da evolução em ritmo mais acelerado das articulações para a aliança MDB-DEM, que, em princípio, Daniel Vilela queria anunciar como definitiva já no próximo dia 15 deste mês. Em notinhas plantadas na coluna Giro, de O Popular, o prefeito cobrou uma resposta e a continuação da conversa que teve com o presidente emedebista na casa de José Luiz Celestino. Na prática, ele, Mendanha, sabe que o resultado da consulta às bases, seja qual for o modelo ou a amplitude escolhida, apontará uma aprovação quase unânime para o acordo entre os dois partidos e a consagração de Daniel Vilela na vaga de vice da chapa da reeleição de Caiado.
Por que, então, a insistência na realização de uma consulta que está destinada a mostrar de forma inequívoca que os emedebistas de todo o Estado querem a composição com o DEM e engajamento na campanha por mais um mandato para o atual governador? A resposta é óbvia: Mendanha precisa de uma saída honrosa para o beco sem saída em que se meteu ao afirmar, publicamente, que teria captado uma tendência a favor da candidatura própria nas bases do MDB. Foi um blefe, mas se Daniel Vilela recuar e aceitar a ampliação do número de dirigentes municipais, subdirigentes e lideranças de algum porte que seriam ouvidos, o prefeito teria a compensação de que a sua voz e opinião tiveram peso e foram reconhecidas como importantes dentro do partido. E que, em se tratando de uma decisão “democrática”, ele poderia ficar à vontade para continuar no MDB e resolver, lá na frente, se irá apoiar a chapa Caiado-Daniel ou não.

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