Aparecida

Obra inacabada do Cmei Comendador Walmor segue deteriorando e abandonada pela prefeitura

Mesmo com o cenário de falta de vagas na Educação Infantil, poder público municipal de Aparecida arrasta construção há 10 anos

Eduardo Marques

Mato alto, lixo, erosão e insegurança. Assim, encontra a situação da obra abandonada pelo poder público municipal do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) no Setor Comendador Walmor, em Aparecida de Goiânia. Em edições passadas, o Diário de Aparecida exibiu reportagens denunciando a precariedade do local. No dia 18 de agosto deste ano, inclusive, a Secretaria Municipal de Educação alegou que a obra do Cmei está paralisada por conta do abandono da empresa vencedora da licitação, que declarou falência. De acordo com a pasta, a última ordem de serviço assinada ocorreu em 5 de setembro de 2014, na então gestão do ex-prefeito Maguito Vilela (MDB). Contudo, até hoje a gestão do prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) ainda não tomou providência para concluir a construção da unidade escolar que a comunidade tanto necessita.

O Cmei inacabado impacta, principalmente, nas famílias que precisam de um lugar para deixar os filhos pequenos para os pais irem trabalhar. A construção poderia ajudar a diminuir o déficit de vagas na cidade. Para agravar ainda mais a situação, a obra abandonada não conta com nenhum tipo de segurança, serve como esconderijo para usuários de drogas e ainda traz perigos para as crianças do bairro.

É justamente nesse cenário de falta de vagas na Educação Infantil no município que a Prefeitura de Aparecida de Goiânia conta com uma obra paralisada há 10 anos, que, se funcionando, vai ajudar milhares de crianças, pais e mães. O DA visitou o bairro na última quarta-feira, 1º, e constatou a precariedade da obra e ouviu as demandas da população que tanto sofre e carece desse Cmei. Inconformada pelo atraso, a dona de casa afirmou que quando ficou sabendo da construção da unidade escolar no bairro ficou toda entusiasmada. À época, ela havia acabado de engravidar, então planejou que a sua filha, Maria Vitória, de 11 anos, pudesse estudar enquanto ela e o marido trabalhassem. Ilusão.

“Quando engravidei da minha menina já estava praticamente tudo planejado. Na época até fiquei feliz que ia ter um Cmei perto de casa e eu ia matriculá-la. Ela nasceu, completou um ano, dois, três, quatro, e assim por diante, porém, até hoje nada. Eu tive que abandonar o emprego para cuidar dela até ela completar a idade para uma escola municipal, foi um tempo difícil que passamos aqui em casa por falta dessa falta de vaga. Hoje vejo mães passando pelo mesmo problema e o prefeito de Aparecida só promete, mas nunca cumpre”, reclama.

Cintya Rosa de Paula mora em frente ao Cmei. Com dois filhos, ela não conseguiu vagas nos Cmeis do município e lamenta os anos de displicência do poder público municipal com a obra. “Não só eu, mas muitas mães e avós são obrigadas a pagar babá. Muitos aqui ganham salário mínimo e pagam até R$ 500 para as babás. Só na Rua Malaquita, conheço mais de dez famílias que as mães não podem trabalhar fora por não ter onde deixar seus filhos. Imagina a dificuldade que passamos?”, indagou.

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