Brasil

Editorial do Diário de Aparecida: Impeachment

Já passou dos limites a irresponsabilidade continuada do presidente Jair Bolsonaro, abusando da paciência dos brasileiros com os seus gestos tresloucados de negação da pandemia do novo coronavírus – que caminha para bater a triste marca dos 300 mil mortos no país. Esse número é 50% maior, calculam os especialistas, do que aquele que teria sido registrado caso o governo federal houvesse liderado com eficácia e respeito pela vida o enfrentamento à Covid-19.

Essa conta dramática deve ser debitada à ação insidiosa do presidente da República, que abriu mão de conduzir a nação com segurança e total dedicação, usando todos os meios para diminuir a letalidade da nova doença, reduzir a quantidade de contaminados e dar tratamento médico adequado aos pacientes que não conseguiram evitar o contágio.

Além de se omitir, Bolsonaro recorreu ao deboche e ao sarcasmo, primeiro chamando a pandemia de “gripezinha” e depois desenvolvendo uma campanha sistematicamente contra o isolamento social e até mesmo contra o uso de máscaras, sem falar na defesa de medicamentos sem comprovação científica, como a cloroquina e a ivermectina, e a obsessão pessoal levantar dúvidas perniciosas sobre as vacinas disponíveis. 

Dissemina-se pela sociedade brasileira a impressão de que somos governador por um louco genocida, que, de alguma maneira, precisa ser detido. Talvez seja cansativo ou trágico esperar até a eleição de 2022 para que Bolsonaro seja colocado para folha, encerrando a melancólica página da história do país que será marcada para sempre pelos seus desmandos e inconsequências. Se houver um caminho, e há, o do impeachment, isso precisa ser resolvido antes.

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