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“Ele falou que era fã do Lázaro. Considerava o maníaco um herói”, diz colega do foragido

Buscas ao assassino entra no terceiro dia. Diferentemente de Lázaro ele não possui conhecimentos sobre como sobreviver dentro de mata

Suely Carvalho

Wanderson Mota Protácio, 21 anos, autor do triplo homicídio ocorrido no último domingo, 28, na zona rural do município de Corumbá de Goiás, degolou e esfaqueou, diversas vezes, a barriga de Raniere Aranha, sua companheira, de 19 anos. A jovem estava grávida de 16 semanas. No corpo da enteada,  Geysa Aranha da Silva Rocha, de 2 anos e 8 meses, também degolada, havia diversas marcas da violência. Em seguida, matou o fazendeiro Roberto Clemente com um tiro na cabeça, tentou estuprar sua esposa e a feriu com um tiro no ombro. Roubou a arma do patrão e a caminhonete do fazendeiro que matou, que depois foi abandonada e em seguida pegou um táxi e fugiu.

Natural de Governador Nunes Freire (MA), Wanderson chegou em Goiás para trabalhar como caseiro. Ele tem familiares em Alexânia e, há 30 dias, foi contratado para trabalhar em uma fazenda em Corumbá, numa região chamada de Congonhas dos Alves, indicado pela família de Raniere. Wanderson mudou-se com a mulher e a enteada, a qual ele fazia questão de chamar de filha. Aos domingos, Wanderson tirava folga do serviço e costumava ir para a casa dos parentes da namorada, em Corumbá. havia trabalhado com tomates em Cocalzinho (GO). E dizia ter sido criado pela avó em Alexânia (GO) e alegava não conhecer a mãe. O pai seria do Maranhão e estaria trabalhando em uma chácara em Minas Gerais. “Era um conversador, mentiroso e vivia rindo”, resumiu um colega.

Diferentemente de Lázaro, Wanderson não demonstra conhecimentos sobre como sobreviver dentro de mata. As buscas que ontem, 1º, completaram três dias, se concentraram em regiões de mata entre Alexânia e Abadiânia. Um tiroteio na madrugada desta quarta-feira, 1º, acordou muita gente, em uma região a cerca de 10 quilômetros de Abadiânia, onde a força-tarefa concentra as buscas. Um morador estava chegando de carro em sua chácara por volta de 2h quando teria sido alvo de um disparo que acertou o veículo. O chacareiro revidou o ataque com nove tiros.

Lucimar Pereira Neves, 39 anos, moradora da região, conta que “foi um tiro atrás do outro. Pensei: meu Deus do céu, será se esse homem está aí mesmo? A gente ficou dentro de casa e não saiu. Já teve o caso do Lázaro, aí a gente fica com medo”, desabafou. Em vídeo divulgado, Wanderson aparece prestando depoimento no caso de feminicídio que foi acusado em 2019, quando desferiu 18 facadas na namorada, após ele mesmo declarar no vídeo, debochando, que o fez porque a mesma se recusou a ir para o quarto com ele.

Na época Wanderson chegou a ser preso, mas uma juíza de Goianápolis, deferiu sentença a favor dele, mesmo diante de sua confissão, para o mesmo cumprir em liberdade a pena, imposta apenas com algumas restrições, entre elas, o de se submeter a um tratamento para dependência química em um Caps do município, visto que ele alegou estar drogado quando cometeu a tentativa de assassinato.

Talvez se na época Wanderson tivesse sido julgado e condenado dentro dos parâmetros legais da lei, pelo crime cometido, as três mortes de hoje, poderiam ter sido evitadas.

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