Brasil

Editorial do Diário de Aparecida: Bolsonaro e as crises

O ano de 2021 não tem sido fácil para a maioria dos países no quesito economia, mas, no Brasil, a crise econômica é uma realidade já instaurada. Nenhuma medida adotada por Jair Bolsonaro e seus ministros tem conseguido contornar as agruras que o País vem sofrendo e se afundando. A inflação de julho deste ano, medida pelo IPCA, é a maior dos últimos 19 anos. Itens da cesta básica das famílias brasileiras, como arroz, feijão e carne, sobem em velocidade estratosférica. Além dos combustíveis, da conta de luz, dos remédios e dos produtos de higiene.

Claro que vários fatores influenciam na alta dos preços, dentre eles fatores naturais, como a estiagem, o frio intenso e a pandemia da Covid-19, mas não podem ser a justificativa do governo federal para tanto desequilíbrio econômico no Brasil. As políticas interna e externa, a falta de investimentos preventivos e o desarranjo político brasileiro são agentes de maior influência em nossa economia do que as catástrofes naturais.

Não satisfeito com todas as crises que a população brasileira tem enfrentado diariamente na luta pela sobrevivência, Bolsonaro cria novas e desnecessárias crises para mudar o foco do desgoverno que vem praticando. O presidente da República se indispõe com políticos, incluindo aliados, com entidades federativas, com os outros dois poderes (Legislativo e Judiciário), além de entidades, classes e organizações.

A última crise criada pela cabeça do presidente foi a das fraudes nas urnas eletrônicas (já testadas e validadas internacionalmente acerca de sua segurança) – talvez por medo de uma possível derrota no pleito de 2022 –, o que fez a pauta ir parar na Câmara Federal para votação da realização de eleições por voto impresso no ano que vem. Mas na terça-feira à noite, 10, Bolsonaro sofreu uma derrota após a Casa de Leis não aprovar o voto impresso ou auditável.

O fato é que enquanto Jair Bolsonaro exercita o seu negacionismo perigoso ante a situação de calamidade pública em que vive o País, realizando motociatas sem máscara e provocando aglomerações, milhões estão na luta por busca de emprego, milhares não têm o que comer e outros milhares ainda continuam morrendo por Covid-19 no Brasil.

Estamos nos aproximando do último ano do primeiro mandato de Bolsonaro e, até agora, ele não enxergou que sua principal ameaça nunca foi a esquerda, afinal, se elegeu ante a refuta dos brasileiros ao PT, mas ele mesmo e suas ações descabidas e extremistas.

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