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Editorial do Diário de Aparecida: CPI da Covid

A determinação do ministro do STF, Luís Barroso, na última quinta-feira, 8, para que o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), instale a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia de Covid-19 dividiu opiniões sobre a interferência do Supremo no Legislativo.
Enquanto parlamentares do governo voltaram a pedir pelo impeachment de alguns dos ministros, deputados e senadores de oposição e do centro aplaudiram a decisão de Barroso, que atendeu o pedido feito pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).
De acordo com os autores da petição, a ideia é que, posteriormente, em uma segunda etapa, também sejam investigados os prefeitos e governadores de todo o País em relação às ações de combate à pandemia. Afora das discussões sobre a interferência do Judiciário no Legislativo, o que a sociedade deve questionar neste momento é: por que Jair Bolsonaro, assim como outros políticos das esferas federal e local têm tanto medo desta CPI?
Talvez essa seja a mais assertiva ação, até o momento presente, de combate às pandemias. Não só a do novo coronavírus, mas também a da corrupção. Se os políticos, que são escolhidos pelo povo para representá-lo, não têm a certeza da lisura e transparência de suas atitudes, sobretudo em um momento como este, em que vidas estão sendo perdidas devido à ineficiência dos poderes públicos, como mantê-los como alternativa para defender a sociedade e os direitos comuns? A CPI não é só necessária, é, também, urgente.

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