Brasil

Editorial do Diário de Aparecida: Lentidão que ameaça vidas

Mesmo com as entregas semanais de novas doses de vacinas contra a Covid-19 a Estados e municípios no mês passado, o governo federal não está conseguindo fazer a vacinação contra a doença dar um salto no Brasil. Quase quatro meses após o início da aplicação dos imunizantes, em janeiro deste ano, pouco mais de 15% de toda a população foi vacinada.
Mesmo muito, mas muito abaixo da meta de aplicação de doses diárias de 1 milhão, necessária para que toda a população brasileira esteja vacinada até o fim de 2021, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a afirmar ontem, 3, em São Paulo, que todos os brasileiros em idade hábil para receber os imunizantes serão vacinados este ano.
Em contraposição, especialistas das áreas de saúde e logística afirmam que as dificuldades enfrentadas neste momento são reflexos do atraso e da falta de planejamento da gestão de Jair Bolsonaro na compra de vacinas e insumos. Os profissionais apontam, ainda, falhas que precisam ser urgentemente corrigidas nos protocolos do Ministério da Saúde repassados aos Estados e municípios, como a desorganização no cálculo do contingente de reserva para a segunda aplicação, que provocou um atraso no reforço da imunização em municípios em todo o País.
A intenção deste editorial não é apontar o dedo e identificar culpados, mas, sim, demonstrar que, devido à falta de planejamento e à maneira leviana com que algumas autoridades têm tratado a pandemia no Brasil, o acesso à vacinação contra a Covid-19 em grande parte da sociedade tem sido impedida. Isso representa o agravamento dos casos e, consequentemente, o aumento de mortes. A vacina salva vidas, mas a lentidão do Programa Nacional de Imunização as ameaça.

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