Aparecida

Editorial do Diário de Aparecida: Luziânia?

Em vez de dar expediente na Cidade Administrativa, onde fica o seu gabinete e também onde, desde o início do ano, tem aparecido muito pouco, o prefeito Gustavo Mendanha foi para Luziânia, em dia de expediente, para se reunir com lideranças políticas do Entorno do Distrito Federal e aproveitar para espairecer no parque ecológico municipal, um dos melhores e mais aprazíveis do Estado.
Antes de mais nada, é bom lembrar: Aparecida não tem parques ecológicos. Em suas campanhas, Mendanha prometeu implantar 17, mas até hoje só existe o do Setor Garavelo, conhecido como Tamanduá, em condições de manutenção as mais precárias possíveis. Nas redes sociais que o prefeito tanto aprecia, acumulam-se as reclamações dos moradores da região sobre a deterioração dessa área de convivência, sem que nenhuma providência seja tomada.
Sem espaços adequados em Aparecida, o prefeito também tem se deslocado para Hidrolândia, para fazer as suas caminhadas no Morro Feio. Sempre com fartas postagens de fotos, com detalhes até sobre os seus batimentos cardíacos, no melhor estilo dos influencers da era digital da internet, em vez de se dedicar ao que realmente o município precisa, que é a busca de respostas aos graves desafios da sua realidade urbana, econômica e social.
Luziânia não é prioridade para a administração de Aparecida. Nem tem nada a oferecer a título de contribuição para a gestão local, dado que é um dos municípios mais complicados do Entorno, com um acúmulo de desequilíbrios de toda natureza que os seus sucessivos gestores não conseguem resolver. Politicamente, no entanto, em razão do seu enorme eleitorado, é sempre uma praça que atrai candidatos e carreiristas de toda espécie, atrás de preciosos votos para os seus projetos pessoais.
Por que Luziânia e não Aparecida? Gustavo Mendanha deveria se recompor como administrador da segunda cidade mais populosa do Estado e suar a camisa para dar aos seus moradores as soluções – que já passam da hora – para eliminar a fome, asfaltar os bairros, garantir vagas para as crianças na Educação Infantil e resolver a crise do hospital municipal, que não paga seus médicos desde fevereiro. Enfim, menos politicagem e mais trabalho.

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