Aparecida

Editorial do Diário de Aparecida: Parcerias inexistentes

As prefeituras de Aparecida e Goiânia nunca trabalharam em qualquer tipo de parceria administrativa, ao contrário do que seria de se esperar para a gestão de dois municípios fronteiriços e tão identificados quanto aos desafios urbanos que enfrentam. Nem agora, quando os prefeitos Gustavo Mendanha e Rogério Cruz acabam de se encontrar para falar da boca para fora em um entrosamento que seria benéfico para todos, nem antes, a capital e seu maior vizinho não exibem qualquer sintonia para buscar a resolução de gargalos como os que notoriamente afetam o transporte coletivo, as deficiências de infraestrutura e a falta de vagas para as crianças da Educação Infantil nos CMEis, de lado a lado.

Aparecida e Goiânia cresceram com uma evidente e gritante vocação para caminhar juntas como partes integrantes da mesma metrópole que é a realidade inseparável das duas cidades. Porém, infelizmente, seus prefeitos, ao longo do tempo, sistematicamente ignoraram a obrigação de trabalhar ombro a ombro, poupando recursos e acelerando projetos de importância igual para as suas comunidades. Políticos de pequeno e grande calado passaram pelo comando administrativo de uma e de outra coletividades sem que jamais qualquer fórmula de atuação combinada tenha sido colocada em prática.

Gustavo Mendanha, por Aparecida, e Rogério Cruz, representando Goiânia, têm em mãos uma chance que não pode ser desperdiçada. A consciência de que uma parceria é necessária eles já demonstraram, embora sem ir além do marketing e do discurso de unidade para decidir dentro do consenso em áreas onde problemas se comunicam com as duas municipalidades. O enfrentamento à Covid-19, lamentavelmente, abriu uma fenda entre esses gestores dos dois maiores aglomerados urbanos do Estado. É cada um por si, com medidas contraditórias de prevenção sanitária, apesar das similitudes e das conexões que deveriam facilitar e não dificultar o combate à nova doença na região metropolitana.

Ao prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha cabe a maior responsabilidade pela inexistência de uma parceria com Goiânia, uma vez que está iniciando o seu 2º mandato e tem tempo de estrada. Rogério Cruz é novato do ramo e merece um crédito de confiança, ao contrário do seu colega. Para Mendanha, é urgente dar resposta a uma equação que ele conhece sobejamente, sem que nunca tenha atentado para a sua importância, nos últimos 4 anos. Não pode mais ser omisso nem desconhecer o dever que caiu no seu colo ao se reeleger para mais um mandato. 

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