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Editorial do Diário de Aparecida: Reviravolta

Na tarde de ontem, 8, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato. Na decisão, Fachin entendeu que a 13ª Vara Federal em Curitiba não tinha competência legal para julgar as acusações. Com o posicionamento, o ex-presidente não terá mais restrições na Justiça Eleitoral e está elegível para disputar um cargo público. 

Pela decisão, ficam anuladas as condenações nos casos do triplex do Guarujá (SP), com pena de 8 anos e 10 meses de prisão, e do sítio em Atibaia, na qual Lula recebeu pena de 17 anos de prisão. A anulação ocorreu porque Fachin reconheceu que as acusações da força-tarefa da Lava Jato contra Lula não estavam relacionadas diretamente com os desvios na Petrobras. Os processos deverão ser remetidos para a Justiça Federal em Brasília para nova análise do caso.

Aqui em Goiás, as eleições fazem de cada ente federativo (União, Estado e Municípios) um vaso não comunicante. Por isso, em nada muda a política local a volta de Lula ao jogo e sua provável candidatura a presidente da República. Os petistas estaduais não têm cacife para liderar junto com Lula. Seu partidário mais forte era Maguito Vilela, vítima de Covid no início deste ano.

Já no cenário de pré-campanha nacional as bases de Bolsonaro podem ficar um pouco enfraquecidas. Já que o presidente, que mira na reeleição desde o seu primeiro ano de mandato, não tem feito uma gestão que agrade a maior parte dos brasileiros. Sem diplomacia, até mesmo internacional, com declarações levianas e, sobretudo, sem mensurar as consequências de sua postura e ações, a imagem do presidente tem sofrido constantes desgastes, e agora com Lula de volta ao jogo, a manutenção de Bolsonaro como chefe do Executivo brasileiro em 2022 pode ser dificultada.

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